
Os olhos que se abrem incrédulos. E os olhos que se fecham incréus.
Os olhos que vêm à boca e os olhos que veem o que nunca pensaram sequer olhar, quanto mais ver, quanto mais gravar, quanto mais nunca mais esquecer.
Os olhos que desistem no chão e os que imploram ao céu. Os olhos que procuram o fim do dia no fim da noite.
Os olhos que nunca viram cores assim, estes vermelhos carmesins e estes encarnados encarniçados, estes amarelos torrados e estes loiros de açafrão, estes cinzentos plúmbeos, estes negros grafitados, esta niquelada aniquilação - esta morte tão morte tão viva.
Os olhos que procuram as mãos que procuram os olhos. Que suspendem a respiração. Que choram lágrimas secas como este fim de verão.
Os olhos das pessoas que os olhos do repórter Filipe Brás fotografou. E nos trouxe. Assim: