Segunda dose da vacina contra a covid-19 aumenta dez vezes anticorpos, revela INSA

Agência Lusa , BCE
22 fev 2022, 21:46
Vacina contra a covid-19. Foto: AP

Estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge aponta ainda para uma diminuição em oito vezes dos anticorpos induzidos pela vacinação ao fim de seis meses, sendo esta diminuição menos acentuada para os anticorpos com capacidade para neutralização do vírus

A segunda dose da vacina contra a covid-19 aumenta dez vezes os anticorpos contra o SARS-CoV-2, conclui um estudo do INSA divulgado esta terça-feira.

“Após a segunda dose da vacina, ocorreu um aumento de 10 vezes do título de anticorpos contra este vírus. Foi igualmente observado um aumento dos anticorpos neutralizantes do SARS-CoV-2 na mesma ordem de grandeza”, indica o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Segundo esta investigação, que acompanhou 132 profissionais do próprio INSA vacinados e/ou com infeção prévia, cerca de seis meses após a vacinação primária completa, verificou-se uma “diminuição em oito vezes do título de anticorpos induzidos pela vacinação covid-19, sendo esta diminuição menos acentuada para os anticorpos com capacidade para a neutralização do vírus”.

“Demonstramos que a primeira dose da vacina provocou uma resposta imunológica, embora uma segunda dose tenha sido essencial para promover a ligação e neutralização dos anticorpos SARS-CoV-2”, adiantam ainda as conclusões da investigação.

O INSA desenvolveu este estudo envolvendo profissionais de saúde do instituto com o objetivo de comparar os dados relativos aos anticorpos específicos contra o SARS-CoV-2 após a vacinação.

Os resultados deste trabalho, agora publicados na revista científica Vaccines, “confirmam a existência de diferentes títulos de anticorpos de ligação e de neutralização ao longo do tempo”, adianta o instituto, ao considerar que a investigação “permitiu assim contribuir para o conhecimento científico na área da covid-19”.

Investigação vai continuar

De acordo com o instituto, a investigação vai decorrer até que os profissionais envolvidos no estudo completem os 12 meses desde a vacinação, o que permitirá uma melhor avaliação da correlação entre os anticorpos de ligação e os anticorpos neutralizantes do vírus.

Este acompanhamento vai ainda permitir a avaliação da imunidade induzida pela dose de reforço entretanto administrada aos profissionais participantes no estudo.

O INSA tem no seu quadro cerca de 500 profissionais de saúde, dos quais 81 foram considerados profissionais de primeira linha para receber a vacina contra a covid-19 na primeira fase do programa nacional de vacinação.

Os investigadores do INSA reconhecem que o estudo tem algumas limitações, uma vez que o universo de participantes incluiu apenas trabalhadores saudáveis e ativos, sem comorbilidades graves e com menos de 70 anos.

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