"Nunca pensei que algo assim pudesse acontecer na América": Trump diz-se vítima de interferência eleitoral

5 abr 2023, 07:40

Donald Trump diz que o "único crime" que cometeu foi defender o país

Uma "investigação fraudulenta", um "procurador distrital falido" e "criminoso" e um caso que "não existe". Depois de se apresentar no Tribunal de Manhattan, Donald Trump regressou à sua residência em Mar-a-Lago, Florida, onde subiu a um púlpito perante centenas de apoiantes para deixar claro que a acusação de que é alvo não passa de uma tentativa dos democratas de pôr em causa a sua campanha eleitoral para as presidenciais de 2024.

"Nunca pensei que algo assim pudesse acontecer na América", declarou o antigo presidente norte-americano, acusado de 34 crimes relacionados com influência eleitoral "ilegal" e um plano para silenciar mulheres.

Reiterando a sua inocência de todas as acusações, o antigo chefe de Estado norte-americano afirmou que "o único crime" que cometeu foi "defender" a nação "sem medo daqueles que pretendem destruí-la".

“Desde o início, os democratas espiaram a minha campanha e atacaram-me com investigações fraudulentas”, denunciou, acrescentando que "este caso foi levantado apenas para interferir nas próximas eleições de 2024".

“Este processo nunca deveria ter sido interposto. Mesmo as pessoas que não são minhas grandes fãs dizem que isto não se faz. É um insulto ao nosso país, o mundo está a rir-se de nós”.

No final do discurso, Trump voltou a criticar o procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, descrevendo-o como um "procurador distrital falido que acusa pela primeira vez um ex-presidente dos Estados Unidos com base em algo que todos os especialistas e analistas jurídicos disseram que não há caso".

"Não há nenhum caso. Eles [os analistas] continuaram a dizer que não há caso. Praticamente todos. Mas é muito pior do que isso, porque ele [Alvin Bragg] sabia que não havia caso”, acusou. De acordo com o The Guardian, alguns especialistas apontam que o procurador de Manhattan pode ter de confiar em teorias legais não testadas para avançar com as acusações, mas poucos disseram que não há caso.

O ex-presidente norte-americano foi mais longe e aconselhou Alvin Bragg a apresentar a demissão por ter divulgado "de forma ilegal" várias publicações na sua rede social Truth Social, incluindo uma na qual Trump fez um aviso de "morte e destruição" caso fosse acusado. 

"O único criminoso é o procurador distrital, porque divulgou de forma ilegal grandes quantidades de informações do grande júri pelas quais ele deve se processado - ou, no mínimo, deve demitir-se."

No Tribunal de Manhattan, os procuradores pediram ordens de proteção para provas recolhidas pela acusação, incluindo as publicações de Trump naquela rede social. O juiz, Juan Merchan, respondeu com um apelo a Trump: "Por favor, evite fazer declarações que possam incitar à violência ou agitação social."

Apesar do apelo, Trump não alterou a retórica no discurso em Mar-a-Lago, onde incluiu o próprio juiz e a sua família no rol de acusações: "Tenho um juiz que odeia Trump, que tem uma mulher que odeia Trump e cuja filha trabalhava para Kamala Harris."

De acordo com o The Guardian, a filha de Merchan, Loren, é sócia de uma agência de estratégia de campanha digital que trabalhou para muitos democratas proeminentes, incluindo Joe Biden e Kamala Harris nas eleições de 2020.

E.U.A.

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