opinião

"E tudo Trump levou". Paulo Portas analisa os vencedores e os derrotados das eleições norte-americanas

10 nov, 21:47

O comentador analisou os motivos da eleição de Donald Trump e o impacto que as eleições podem vir a ter, um pouco por todo o mundo

No seu habitual espaço de comentário no Jornal Nacional da TVI, Paulo Portas analisou a “vitória nítida” de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas, que entregou aos republicanos não só a presidência como o Senado e, muito provavelmente, a Câmara dos Representantes.  No entanto, o comentador acredita que esta é uma vitória que pode trazer alguns riscos.

“É uma vitória com risco, do meu ponto de vista. O chamado governo unificado – com maioria no Senado e na Câmara dos Representantes – acontece com alguma intermitência. Mais raro acontece com uma maioria larga no Supremo Tribunal. Isto significa que o sistema de freios e contra freios, nos próximos dois anos, não vai existir”, alerta Paulo Portas.

Esta conjuntura específica da política americana, juntamente com a “personalidade caótica” do presidente-eleito norte-americano cria o risco de Donald Trump “se considerar imune” e “impune” e perdoar-se a si próprio dos vários crimes de que é acusado.

Questionado sobre o que jogou a favor do candidato republicano para justificar a sua eleição, o comentador da TVI foi claro: a economia. Com um cenário macroeconómico positivo, o mesmo não se faz sentir na microeconomia, devido à inflação que atingiu o país. “Os dados micro apontam para uma relação difícil entre salário e inflação, durante estes últimos anos e é isso que lhe dá a vitória”, defende.

Paulo Portas destacou quatro personalidades que considera que vão sair beneficiados da vitória eleitoral de Donald Trump. Entre eles o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, Viktor Órban, Javier Milei e, por último, Vladimir Putin, para quem a eleição de Trump é “um verdadeiro presente de Natal”.

“Não só há uma admiração mútua, mas a possibilidade de Putin ter um caminho mais livre na Ucrânia é muito grande”, insiste o comentador que escolheu para o espetro oposto o líder ucraniano Volodymyr Zelensky, juntamente com Ursula von der Leyen e com os líderes iranianos e japoneses.

Apesar de não ter escolhido a China como um dos derrotados da eleição do presidente norte-americano, Paulo Portas considera que o Pequim vai ser prejudicada a curto prazo pela eleição de Trump, que promete colocar tarifas de 60% sobre muitos produtos chineses, numa altura em que a economia chinesa atravessa várias dificuldades. No entanto, o comentador acredita que a capacidade de planear a médio e longo prazo poderá favorecer o império do meio.

“Trump mudou de opinião sobre o TikTok, que afinal já pode ficar nos EUA, e mudou de opinião em relação a Taiwan, porque acha que os taiwaneses estão a roubar postos de trabalho aos americanos. Estou convencido se houver qualquer medida coerciva da China a Taiwan em médio prazo, Trump não apoiará Taiwan na sua defesa”, insiste.

Colunistas

Mais Colunistas

Mais Lidas

Patrocinados