Trump dispara em todas as direções: admite intervenção militar no Panamá e na Gronelândia e quer mudar o nome do Golfo do México

7 jan, 17:24

Avisos múltiplos e sérios do homem que vai liderar a maior democracia do mundo daqui a menos de duas semanas

O presidente eleito dos Estados Unidos reforçou várias das ideias que tem defendido nos últimos dias, dando a entender que fala a sério nas muitas matérias que têm causado algum sobressalto internacional.

Desde logo as questões do Canal do Panamá e da Gronelândia, territórios onde Donald Trump admite uma intervenção militar norte-americana para controlar esses territórios, nenhum deles pertencentes aos Estados Unidos.

“O Canal do Panamá é uma desgraça”, afirmou, a partir da sua mansão em Mar-a-Lago, na qual criticou o recentemente falecido Jimmy Carter pelo acordo feito no Panamá.

“O que aconteceu no Canal do Panamá foi que Jimmy Carter lhes deu aquilo por um dólar e era suposto que eles nos tratassem bem”, reiterou, sugerindo que os Estados Unidos ficaram com um mau acordo no fim do dia.

Recorde-se que, durante a sua presidência, Jimmy Carter negociou tratados que permitiram a entrega ao Panamá da passagem crucial entre Pacífico e Atlântico, e que foi construída debaixo da alçada dos Estados Unidos.

Para corrigir aquilo que vê como um erro, Donald Trump admite mesmo uma intervenção militar naquele território. E não só ali, mas também na Gronelândia, uma gigante ilha que pertence à Dinamarca, e da qual o presidente eleito dos Estados Unidos, que toma posse a 20 de janeiro, deu recentemente conta do seu interesse.

Questionado sobre a possibilidade de vir a utilizar “coerção militar ou económica” para garantir os seus objetivos, Donald Trump respondeu apenas que “não”, depois de questionado se excluía essa possibilidade.

“Não, não posso assegurar nenhuma das duas, mas posso dizer isto: precisamos deles para segurança económica”, reiterou, numa conferência de imprensa em que também atirou ao México e até ao Canadá.

Sobre os vizinhos do sul, Donald Trump começou por referir que pretende mudar uma grande área geográfica que é conhecida como Golfo do México. Mas não é assim que o magnata, que a partir de 20 de janeiro vai voltar a liderar a maior democracia do mundo, quer que o mapa se escreva. "Golfo da América" é a mais recente proposta do presidente eleito.

"Vamos mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, que tem um lindo anel. Cobre muito território, o Golfo da América - que lindo nome. E é apropriado", atirou, avisando o México de que tem de parar de permitir a emigração ilegal em direção aos Estados Unidos, além de ter alertado para novas tarifas comerciais contra os vizinhos do sul, mas também para os vizinhos do norte, o Canadá.

Uma conferência de imprensa em que deu mesmo para falar de tudo: Donald Trump quer os países da NATO a contribuir com 5% (em vez dos atuais 2%); fez um aviso sério em relação à guerra no Médio Oriente - "o inferno vai rebentar" se os reféns não regressarem antes da tomada de posse -; admitiu perdoar grande parte dos seus apoiantes que participaram na invasão do Capitólio há quatro anos.

E.U.A.

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