Jack Smith garante que a decisão "não se baseia nos méritos ou na força do caso" contra Donald Trump
O conselheiro especial Jack Smith vai desistir do processo penal que acusa o presidente-eleito Donald Trump de tentar anular a sua derrota eleitoral de 2020 e de posse de documentos classificados, solicitando o arquivamento do processo ao juiz.
“A posição do Departamento da Justiça é que a Constituição exige que este caso seja arquivado antes da tomada de posse do arguido. Este resultado não se baseia nos méritos ou na força do caso contra o arguido", escreveu Smith num processo de seis páginas entregue ao tribunal.
No passado, o presidente-eleito Donald Trump prometeu demitir Jack Smith assim que assumisse o cargo, algo que acabaria por quebrar as normas estabelecidas por ambos os partidos no que toca às investigações do conselho especial.
Este processo fica, no entanto, marcado na história política norte-americana. Nunca um antigo presidente norte-americano tinha enfrentado acusações criminais federais. Embora o caso de subversão eleitoral tenha culminado numa decisão histórica do Supremo Tribunal, este verão, que estabeleceu que Trump goza de alguma imunidade presidencial em relação a processos criminais, a estratégia de Trump de adiar o caso assegurou que um julgamento nunca se realizasse antes das eleições de novembro.
O presidente-eleito já reagiu, classificando o caso como sendo uma "grande vitória para o Estado de direito". “O povo americano e o presidente Trump querem o fim imediato do instrumentalização política do nosso sistema de justiça e estamos ansiosos para unir o nosso país", afirmou o porta-voz de Donald Trump, Steven Cheung.