Conversa privada teve lugar na Suíça, em 2020, e foi testemunhada pelo comissário europeu Thierry Breton
Donald Trump garantiu, revelou o comissário europeu Thierry Breton, que os EUA nunca ajudariam a Europa, se esta fosse atacada militarmente. A declaração foi feita numa conversa privada com Ursula von der Leyen, durante o Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, em 2020.
"Tem de compreender que, se a Europa estiver sob ataque, nunca vos iremos ajudar e apoiar", disse o então presidente dos Estados Unidos à presidente da comissão europeia, segundo Thierry Breton, que esteve presente no encontro entre os dois.
A NATO também não escapou ao azedume de Trump na conversa com Von der Leyen. "A propósito, a NATO está morta e nós vamos sair, vamos abandonar a NATO", garantiu. Trump relembrou ainda, contou o comissário europeu, as dívidas europeias - “E, já agora, vocês devem-me 400 mil milhões de dólares, porque não pagaram, vocês alemães, o que tinham de pagar pela defesa”, disse.
As promessas e as acusações de Donald Trump foram reveladas por Thierry Breton num evento que teve lugar no Parlamento Europeu, em Bruxelas, na terça-feira. "Agora, mais do que nunca, sabemos que estamos por nossa conta, é claro. Somos membros da NATO, quase todos nós, claro que temos aliados, mas não temos outra opção senão aumentar drasticamente este pilar para estarmos preparados para o que quer que aconteça”, sublinhou.
Com as eleições norte-americanas a aproximar-se Thierry Breton aproveitou o momento para alertar para um possível regresso de Trump ao poder, algo que terá impacto dentro e fora das fronteiras. "Foi uma grande chamada de atenção e ele pode voltar", avisou.
Na semana passada, o Supremo Tribunal dos EUA admitiu que vai examinar a inelegibilidade do antigo presidente para concorrer às presidenciais de 2024, depois dos Estados do Colorado e do Maine terem decidido excluir Trump das primárias. Enquanto isso, Joe Biden acusou o seu antecessor de ser o pior presidente da história do país e de se inspirar na Alemanha Nazi, querendo ser um ditador.