Ausência de respostas pode estar relacionada com o facto de Trump ter de ser convencido à última hora a invocar a Quinta Emenda da constituição dos EUA
Durante as quatro horas em que foi interrogado no gabinete da Procuradora-Geral de Nova Iorque, Donald Trump respondeu a apenas uma pergunta, sobre qual era o seu nome, antes de invocar a Quinta Emenda da Constituição dos EUA - que lhe dá o direito contra a autoincriminação.
Depois disto, entre as 9:30 e as 15:00 horas locais, e com a procuradora Letitia James à sua frente, o antigo presidente dos EUA limitou-se a repetir as palavras "mesma resposta" perante todas as perguntas que lhe foram dirigidas, segundo disse um dos seus advogados, Ronald P. Fischetti.
O interrogatório contou com um longo intervalo para almoço e vários intervalos mais curtos, mas nem o período em que esteve ausente do gabinete de Letitia James levou Trump a mudar a sua estratégia de defesa. Também a procuradora “não teve uma reação visível” perante as persistentes recusas de Trump, disse o advogado, acrescentando que o teor das perguntas tiveram a ver com “avaliações e clubes de golfe e todas essas coisas”.
A procuradora Letitia James leu uma introdução na abertura do inquérito, mas deixou o interrogatório a um dos advogados do seu gabinete, Kevin Wallace. Também segundo o advogado de Trump, a Procuradora-Geral não tinha sido avisada com antecedência de que Trump iria invocar a Quinta Emenda.
Isto terá sido, em parte, porque a decisão só foi tomada pouco antes do interrogatório e, segundo relata o The New York Times que cita fonte da defesa do antigo presidente norte-americano, Trump teve de ser persuadido a não responder substancialmente às perguntas. "Ele queria absolutamente testemunhar, e foi necessária uma persuasão muito forte da minha parte e de alguns outros para o convencerem", disse o advogado Ronald P. Fischetti.
No entanto, alguns conselheiros de Trump também tinham defendido que o magnata respondesse às perguntas da Procuradora-Geral de Nova Iorque, já que havia testemunhado anteriormente sobre as suas declarações financeiras sob juramento, disseram fontes próximas de Trump à CNN
Outra consideração que tinha sido discutida, dizem as mesmas fontes, são as implicações políticas de não responder a perguntas, uma vez que é amplamente esperado que Donald Trump anuncie que se vai candidatar à presidência em 2024.