Doente oncológica ficou três dias no corredor da urgência do hospital de Santa Maria

27 jul 2022, 08:27
Saúde (Foto Cláudia Lima da Costa)

REVISTA DE IMPRENSA. Filho de Mariana Mata, de 80 anos, diz que a mãe não recebeu refeições e que teve de utilizar a casa de banho que era partilhada pelos acompanhantes dos doentes e por pessoas que vêm da rua. Hospital diz que doente foi alimentada e hidratada

Uma doente oncológica de 80 anos ficou deitada numa maca ao longo de três dias no corredor da urgência do hospital de Santa Maria, em Lisboa, depois de se ter sentido mal durante o segundo tratamento de quimioterapia no Serviço de Oncologia daquele hospital, avança o Diário de Notícias.

Segundo o jornal, que cita o filho da paciente, o caso aconteceu a 13 de julho, a meio da vaga de calor que assolou Portugal, e Mariana Mata foi levada para as urgências porque "ficou sem mexer os membros e sem raciocinar bem", o que fez os médicos suspeitar de um AVC.

Depois de despistado o AVC, a doente acabaria por ficar em observação, "para repor o potássio", e ao longo de três dias ficou numa maca onde foi observada "mediante a fraca disponibilidade dos sucessivos médicos de serviço".

O filho Paulo Cordeiro considera que "não é aceitável que uma doente oncológica de 80 anos tivesse de estar três dias e três noites deitada numa maca, no hall de entrada das urgências, onde se ouvia constantemente a chamada de doentes, onde entravam e saíam doentes do exterior".

Segundo Paulo Cordeiro, a doente não terá recebido refeições e teve de utilizar a casa de banho que era partilhada pelos acompanhantes dos doentes e por pessoas que vêm da rua. Quando questionou porque é que a mãe não é internada, foi informado de que não havia vagas. Ao DN, o hospital diz que não comenta casos individuais, mas garante que a doente foi alimentada e hidratada.

Perante o tratamento da mãe na unidade hospitalar, o filho decidu escrever a várias entidades, como o Gabinete do Cidadão do próprio hospital, a vários partidos políticos e até ao Presidente da República, de forma a que "ninguém tenha de passar pelo mesmo".

Até porque, segundo conta, apesar de já ter tido alta, Mariana Mata mostra-se "desanimada e recusa continuar com os tratamentos de quimioterapia".

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