Filha de ditador da Guiné suspeita de lavar milhões e financiar esquema fraudulento em Portugal

10 dez 2024, 23:12
Marcelo Rebelo de Sousa recebe Teodoro Obiang, presidente da Guiné Equatorial (Manuel de Almeida, EPA)

A fraude consistiu em conseguir apoios europeus de milhões de euros para uma fábrica de pellets

A filha do Presidente da Guiné Equatorial, Francisca Nguema Jiménez, é suspeita de ter financiado em Portugal um esquema de corrupção, fraude na obtenção de subsídio, fraude fiscal e branqueamento de capitais, que lesou o Estado português e a União Europeia em sete milhões de euros, apurou a CNN Portugal. 

A PJ deteve esta terça-feira um advogado e um empresário ligados à filha de Teodoro Obiang - sendo o empresário gestor de uma sociedade que Francisca Jimenez detém, sedeada na zona franca da Madeira. É ali que alegadamente a filha do ditador branqueia capitais obtidos de forma ilícita no seu país.

A fraude consistiu em conseguir apoios europeus de milhões de euros para uma fábrica de pellets - granulado de madeira para lareiras - que só operou durante um ano na zona da Guarda. O esquema, acredita a investigação, foi financiado pela filha do ditadora da Guiné Equatorial.

A operação “Cash Flow” decorreu nos distritos de Lisboa, Porto, Guarda, Braga, Vila Real na Região Autónoma da Madeira e em Espanha e visou a execução de 24 mandados de busca, nove domiciliárias e 15 não domiciliárias, e contou com a participação de 102 inspetores, quatro peritos da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática e cinco peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística da PJ.

O inquérito é titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa.

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