Caso Marega: tribunal nega recurso da FPF nos três jogos à porta fechada

6 mai 2022, 15:10
4/10: V. Guimarães-FC Porto, 1-2 (16 FEVEREIRO, 21.ª Jornada da Liga 2019/2020): o jogo do «caso Marega», em que o maliano reagiu com revolta a insultos racistas oriundos das bancadas e abandonou o relvado. Um acontecimento que motivou uma reflexão aprofundada sobre algo raro em Portugal. Ah, e a vitória, apesar de em segundo plano, confirmou a redução de sete para um os pontos de desvantagem do FC Porto para o então líder Benfica.

Em causa então as provocações dos adeptos vimaranenses ao avançado maliano em 2020

O Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) recusou dar provimento ao recurso da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), no âmbito do castigo de três jogos à porta fechada aplicado ao Vitória Sport Clube, devido aos insultos racistas a Marega.

Apesar de referir que se encontra demonstrado que o então jogador do FC Porto foi «efetivamente alvo de cânticos proferidos repetidamente e em uníssono», de teor racista, o órgão jurídico entendeu que «a prova produzida não pode levar à conclusão de que o Vitória Sport Clube consentiu ou tolerou os cânticos racistas em causa». 

O órgão jurídico vinca ainda que o relatório de policiamento desportivo e o depoimento prestado pelo chefe da PSP, Mário Jorge Correia da Rocha Cardoso, «vai no sentido da perceção da ocorrência dos cânticos racistas», argumentando, porém, que o «facto de as forças policiais terem percecionado os mesmos» não «quer necessariamente dizer que a demandante [Vitória Sport Clube] o tenha feito».

Recorde-se, que o avançado maliano abandonou o campo após provocações dos adeptos vimaranenses, a 16 de fevereiro de 2020.

O Conselho de Disciplina aplicou um castigo de três jogos à porta fechada ao Vitória, que recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto, que revertou a decisão, o que levou a Federação Portuguesa de Futebol a apelar para o TCAS, que agora se pronunciou.

 

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