Alunos da FDUL querem plataforma para denúncias de assédio a funcionar durante um ano

6 abr 2022, 22:50
Universidade de Lisboa - Faculdade de Direito

Na reunião magna dos estudantes em Direito, que costuma ser muito participada, o ambiente desta quarta-feira foi de tensão e apreensão. Para além das preocupações demonstradas com a segurança e a saúde mental dos alunos, chegou mesmo a ser ponderado um requerimento com vista ao afastamento de Guilherme W. D’Oliveira Martins, sabe a CNN Portugal

A Reunião Geral de Alunos da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, a primeira desde que eclodiu a polémica relacionada com as queixas de assédio sexual e moral por parte de docentes daquela instituição, decidiu pedir a extensão da plataforma usada para denúncias anónimas durante um ano. A proposta foi discutida esta noite e agora vai ser apresentada ao Conselho Pedagógico da instituição.

Para os alunos, o sucesso deste mecanismo ficou comprovado ao fim de uma semana, depois de a comissão paritária constituída para o efeito ter recebido mais de 70 queixas.

Esta proposta, confidenciou um aluno à CNN Portugal, é complementar à criação do gabinete de apoio às vítimas, constituído na terça-feira, “por existir desconfiança nos órgãos que estão ligados à direção", que se decidiram por uma sanção demasiado leve em situações anteriores, como aconteceu no caso que envolve o professor Guilherme W. D’Oliveira Martins.

Na reunião magna dos estudantes em Direito, que costuma ser muito participada, o ambiente desta quarta-feira foi de tensão e apreensão. Para além das preocupações demonstradas com a segurança e a saúde mental dos alunos, chegou mesmo a ser ponderado um requerimento com vista ao afastamento de Guilherme W. D’Oliveira Martins, sabe a CNN Portugal.

O mesmo aluno, ex-dirigente associativo, revelou que, caso haja uma nova queixa contra o ex-secretário de Estado das Infraestruturas e professor de Finanças Públicas, essa será a posição oficial tomada pelos órgãos representantes da comunidade estudantil.

Guilherme D’Oliveira Martins foi alvo de pelo menos seis queixas de alunas, que há dois anos o acusaram de enviar mensagens de foro pessoal de forma insistente pelas redes sociais e a altas horas da madrugada.

Depois de instaurar um processo de averiguações, a direção da faculdade reconheceu a má conduta do docente, ao qual recomendou apenas que pedisse desculpas às alunas.

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