Direito de resposta das Testemunhas de Jeová

31 out, 13:51

Por indicação da ERC, publicamos o seguinte direito de resposta em relação a duas reportagens da CNN Portugal:

"Até podia ser homossexual, mas não podia apaixonar-me". Tiveram de fugir da igreja para amarem livremente

"Até podia ser homossexual, mas não podia apaixonar-me". Tiveram de fugir da igreja para amarem livremente

Ao abrigo dos artigos 24.°, 25.° e 26.° da Lei de Imprensa (Lei n° 2/99 de 13 de janeiro), a Associação das Testemunhas de Jeová vem exercer o direito de resposta e de retificação ao artigo "Até podia ser homossexual, mas não podia apaixonar-me. Tiveram de fugir da igreja para amarem livremente". publicado na página de internet da CNN Portugal em 25 de maio de 2024, nos seguintes termos:

O mencionado artigo apresentou vários relatos pessoais, incluindo o caso do Sr. Mário Pereira, que refletiu sobre a sua experiência de vida, a sua orientação sexual e a sua relação com as Testemunhas de Jeová. Na generalidade, trata-se da expressão pessoal do entrevistado sobre a sua própria vida, no âmbito do seu direito à liberdade de expressão. Respeitamos integralmente as decisões pessoais de cada um.

Também, importa deixar claro que as Testemunhas de Jeová não se envolvem em terapia de conversão e nunca o fizeram. Respeitamos profundamente o direito de cada pessoa a decidir como quer viver a sua vida, incluindo a sua orientação sexual, e nunca imporíamos as nossas crenças a ninguém.

Consequentemente, e de forma significativa, nenhum dos entrevistados afirma ter sido submetido a terapia de conversão pelas Testemunhas de Jeová.

Verificámos que o artigo original já foi editado - embora sem menção no seu conteúdo a tal atualização, corrigindo imprecisões oportunamente indicadas.

Ainda assim, subsistem imprecisões ou erros factuais que não é possível deixar de retificar devidamente.

Primeiro, o artigo alega o seguinte: "Virou costas ao casamento e a 36 anos de vida como testemunha de Jeová [anteriormente, 38 anos de vida], mas faltou à comissão judicativa - o tribunal da congregação - uma vez que não queria sujeitar-se à "humilhação".

A Associação das Testemunhas de Jeová esclarece que uma ocasional reunião de auxílio espiritual com anciãos, previamente acordada com quem receberá esse auxílio, não é um Tribunal. Tão-pouco é certo que sejam colocadas questões íntimas e desnecessárias, como as indicadas no artigo. A intenção dos anciãos é sempre ajudar a pessoa de forma amorosa e respeitadora. Em nenhuma circunstância a pessoa é humilhada. Assim, a expressão "tribunal da congregação" é objetivamente falsa. O artigo comenta também que:

"Em relação aos casos que aqui relatamos, descrevem-nos como "alegações infundadas".

O uso da expressão "alegações infundadas" está errado e não foi formulado pela Associação das Testemunhas de Jeová nos termos indicados, uma vez que não foi dado qualquer conhecimento prévio às Testemunhas de Jeová do caso que veio a ser apresentado no artigo.

Com efeito, em momento prévio à publicação do artigo, foi-nos apenas enviado um e-mail com o seguinte conteúdo:

"Há cerca de um ano que tenho vindo a falar com ex-membros de igrejas protestantes e testemunhas de jeová, que dizem ter sofrido diversas formas de repressão nas suas congregações devido à sua orientação sexual."

O comentário da Associação das Testemunhas de Jeová em resposta a esse e-mail foi o seguinte:

"Lamentamos esta alegação infundada.". Este comentário referiu-se, especificamente, à alegação de que ex-Testemunhas de Jeová sofrem de diversas formas de repressão na sua congregação devido à sua orientação sexual. É esta acusação que se repudia, e não o caso relatado na reportagem que, como mencionado, é essencialmente biográfico. Assim, este parágrafo é igualmente incorreto e não reflete fielmente a resposta da Associação das Testemunhas de Jeová.

Por fim, é mencionado na introdução ao artigo que se fala de uma "ex-Testemunha de Jeová que agora está "livre das amarras da congregação e da doutrina que lhe foi imposta à nascença"."

Embora os órgãos de comunicação social sejam livres de adotar um estilo narrativo nas suas peças, esse estilo não permite a utilização de expressões inverídicas e que não apresentam qualquer correspondência com a realidade. Neste sentido, a Associação das Testemunhas de Jeová deixa claro que ninguém está "amarrado" nas congregações das Testemunhas de Jeová e que-- tal como tem acontecido - as pessoas são livres de mudar de ideias e de crenças sempre que quiserem.

A confissão das Testemunhas de Jeová não impõe as suas crenças a ninguém, muito menos a bebés, crianças, jovens ou adultos. Tornar-se uma Testemunha de Jeová é uma decisão livre e informada. Para se tornar uma Testemunha de Jeová, é preciso ter maturidade e fazer um curso alargado de estudo da Bíblia. A experiência do entrevistado - que foi Testemunha de Jeová até aos 36 anos - expressa precisamente isso mesmo. Cada pessoa tem de tomar uma posição pessoal quanto ao facto de decidir viver, ou não, de acordo com os princípios bíblicos na sua vida, por exemplo, no que diz respeito à honestidade e à moralidade. As Testemunhas de Jeová não coagem nem pressionam ninguém a tornar-se ou a permanecer Testemunha de Jeová, nem mesmo os seus filhos. Cada filho, quando for mais velho, pode tomar uma decisão informada sobre se quer adotar a fé dos pais. (ver: https://www.jw.org/pt-pt/testemunhas-de-jeova/perguntas-frequentes/tj-filhos-seguir-religiao-pregar/)

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