Candidatos indicados pelo Chega falham eleição na Assembleia da República

CNN Portugal , AG; atualizada às 20:02
3 jun, 19:45
Diogo Pacheco de Amorim (Lusa/Tiago Petinga)

Houve deputados do PSD a votar contra a eleição de Diogo Pacheco de Amorim para vice-presidente

Os candidatos indicados pelo pelo Chega para vice-presidente do Parlamento, Diogo Pacheco de Amorim, e vice-secretário, Filipe Melo, falharam a eleição, não tendo conseguido obter o voto favorável da maioria absoluta dos deputados.

O anúncio dos resultados para a mesa da Assembleia da República foi feito pela secretária da mesa Germana Rocha.

Com um empate entre 115 deputados na eleição de Pacheco de Amorim, é certo que houve parlamentares da Aliança Democrática (AD), nomeadamente do PSD, a votar contra a eleição dos dois nomes propostos. Filipe Melo, por sua vez, recebeu 113 votos favoráveis e 117 em branco.

O presidente do Chega, André Ventura, anunciou que o partido vai reunir o grupo parlamentar para discutir o que fazer a seguir, estando em cima da mesa apresentação de nova candidatura, não estando claro se vão ser os mesmos nomes os escolhidos.

O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, também pediu a palavra para dizer que falou com André Ventura e que deu indicação de que o PSD "estava disponível para repetir hoje a eleição para garantir a eleição total da mesa", caso "fosse essa a intenção" do Chega. 

"É lamentável que haja uma nova traição"

Aos jornalistas nos Passos Perdidos, André Ventura lamentou o facto de Pacheco de Amorim ter falhado a eleição para vice-presidente da Assembleia da República por apenas um voto.

"Acho que ninguém, na verdade, estava muito à espera. (...) É lamentável, sobretudo, no novo quadro parlamentar. Andámos a fazer um esforço de estabilidade, para que a Assembleia tivesse órgãos a funcionar no primeiro dia".

O líder do Chega classificou o impasse de "espetáculo deprimente" e "tentativa de cordão sanitário que não se compreende".

"Não se compreende que um partido, que é o segundo maior do Parlamento, se vê novamente numa situação em que os outros partidos entendem que devem mandar em tudo à sua vontade".

"É lamentável (...) que haja uma nova traição feita desta forma, pelas costas, rasteira, e que mostra que estão a tentar fazer um cordão sanitário a um partido que os portugueses escolheram, ao segundo partido do Parlamento", completou André Ventura.

Diogo Pacheco de Amorim teve 115 votos a favor, 115 votos brancos e zero nulos, enquanto Filipe Melo conseguiu 113 votos a favor, 117 brancos e zero nulos.

O único candidato do Chega que foi eleito foi Gabriel Mithá Ribeiro, que é reconduzido como secretário da Mesa da Assembleia da República. Teve 131 votos a favor, 99 brancos e zero nulos.

Diogo Pacheco de Amorim, Gabriel Mithá Ribeiro e Filipe Melo já tinham desempenhado estas funções na anterior legislatura.

O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, citou o Regimento para explicar que estando atingido o quórum de funcionamento da mesa a eleição dos membros em falta será feito na próxima sessão plenária, na discussão do programa do Governo, ainda sem data.

“A Assembleia da República tem condições para funcionar em termos regimentais”, declarou.

Foram eleitos os candidatos a vice-presidentes do PSD Teresa Morais, do PS Marcos Perestrello (PS) e da IL Rodrigo Saraiva, todos os secretários da mesa e os vice-secretários indicados por PSD, PS e IL, bem como o Conselho de Administração.

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