Em fases de aperto no jogo, Arne Slot ainda pensa em Diogo Jota, que por norma resolvia a situação
A última sexta-feira foi mais um dia de inúmeras homenagens a Diogo Jota e André Silva, que faleceram no mês de julho. Não foi um dia qualquer. Foi «o dia do Diogo», como descreveu Federico Chiesa, avançado italiano dos Reds.
O Liverpool, onde atuava Jota, deu o pontapé de saída da Premier League com uma vitória de 4-2 em Anfield. No entanto, o jogo foi apenas um extra, como se pôde assistir. Desde cânticos durante toda a partida, tarjas, festejos em homenagem e até choros no final da partida.
Diogo Jota era, por muitos, conhecido como o desatador de nós quando a situação estava mais apertada. Chiesa assumiu essa função frente ao Bournemouth, mas deixou bem claro sobre com quem estavam os seus pensamentos.
«[O golo] foi um grande momento para mim, mas os meus pensamentos estão com o Diogo. Pelo que vimos, acho que foi o dia dele. O sentimento que os adeptos me transmitiram, cantando a música dele durante todo o jogo, foi muito emocionante. Devo dizer que, depois do golo, os meus pensamentos foram para a família dele, para o irmão, André. É a única coisa que posso dizer», referiu o italiano à BBC Sport.
O Liverpool esteve a ganhar por 2-0, mas viu o adversário empatar a partida. Já nos descontos, Mohamed Salah fechou as contas do jogo com o quarto golo para o campeão inglês.
A situação ficou resolvida, mas Arne Slot, treinador dos Reds, deixou bem claro quem gostaria de ter colocado em campo quando o jogo estava em situação de aperto.
«Normalmente, com o resultado em 2-2, todos sabem qual era o jogador para aquele momento. Eu adoraria colocar o Diogo Jota, mas não pude por motivos terríveis. Mas os adeptos e os jogadores fizeram o que ele fez por nós muitas vezes no passado», atirou.
Com a família do antigo jogador presente, cantou-se uma emocionante interpretação de «You'll Never Walk Alone» antes do pontapé inicial, que foi seguida por um minuto de silêncio. Nas bancadas Kop e Sir Kenny Dalglish foi erguido um mosaico com as inscrições «DJ20» e «AS30».
Foi um dia de muitas emoções em Anfield. A equipa do Liverpool, como contou Arne Slot, viveu os dois lados da moeda: a emoção passada pelos adeptos e a tristeza sentida pela família.
«Acho que o Mo [Salah] sentiu, depois do jogo, o quão especial isso foi. Provavelmente, também sentiu a emoção porque todos sabíamos que a família dele [Jota] está aqui. Para eles, pode ser especial ouvir o quanto ele é amado aqui, mas também sentimos a emoção de quanto sofrimento eles ainda têm», referiu o técnico de 46 anos.
O Liverpool arrancou na Premier League 2025/26 com uma vitória, num dia em que o futebol ficou para segundo plano. Nos restantes jogos da jornada, será guardado um minuto de silêncio em homenagem a Diogo Jota e André Silva.
Os Reds continuarão com as suas homenagens ao malogrado internacional português. Depois de já terem retirado o número 20, que era utilizado por Jota, os jogadores vão ter um emblema «Forever 20» nas camisolas e nos casacos durante toda a temporada.