Os melhores produtos de baixo risco para investir as suas poupanças

ECO - Parceiro CNN Portugal , Luís Leitão
4 abr 2023, 10:01
Dinheiro (Pexels)

São poucas as soluções de baixo risco que pagam mais do que a taxa de juro dos tradicionais depósitos. No entanto, mesmo essas só devem ser utilizadas como soluções de curto prazo

Depois de em 2022 as Bolsas terem afundado mais de 20% e gerado perdas em praticamente todos os ativos, este ano os investidores têm sido atormentados com uma crise no setor bancário que já levou à falência de dois bancos norte-americanos e ao salvamento do histórico Credit Suisse.

Todos estes episódios colocaram investidores e aforradores sob alerta em relação à segurança das suas poupanças. Mas proteger o seu dinheiro não é tão simples como escondê-lo debaixo do colchão — além de que esta solução significaria deixar as suas poupanças ao sabor do efeito corrosivo da inflação.

Na panóplia de produtos financeiros à disposição dos pequenos aforradores há poucas soluções capazes de oferecer o binómio segurança e rendibilidade tão desejado. No entanto, há três soluções de baixo risco que apesar de não o tornarem rico, garantem o capital investido ao mesmo tempo que oferecem rendibilidades interessantes.

  • Depósitos a prazo

Os depósitos a prazo continuam a ser o produto preferido dos aforradores nacionais. Não por serem a solução mais rentável no mercado, mas por se revelarem na opção mais prática e mais simples para aplicar as poupanças da família. Além disso, estão protegidas pelo Fundo de Garantia de Depósitos até 100 mil euros por depositante, conferindo uma segurança extra.

Para os aforradores que procuram regularmente os depósitos para guardarem as suas poupanças, a recente subida das taxas de juro por parte da maioria dos bancos foi recebida com agrado. Porém, a banca nacional continua a ser pouco generosa com os aforradores: segundo os últimos dados do Banco de Portugal, apesar da taxa de juro média dos novos depósitos ter registado a maior subida dos últimos 11 anos em janeiro, a remuneração da generalidade dos depósitos continua a ser muito reduzida (0,56%) e permanece muito longe da média de 1,63% oferecida pela maioria dos bancos da Zona Euro.

Apesar da parca generosidade da maioria dos bancos nacionais, há boas opções no universo dos depósitos para as suas poupanças. Mas para isso tem de procurar a oferta “depósitos de boas-vindas” num banco que não o seu: atualmente, o melhor depósito para novos clientes chega a pagar 3% a três meses.

  • Conta ordenado Bankinter

Com uma taxa de juro de 5% no primeiro ano e 2% no segundo ano, a Conta Mais Ordenado do Bankinter, que não cobra qualquer comissão, revela-se numa solução bastante interessante para os aforradores que procuram soluções de baixo risco para as suas poupanças.

Os juros são pagos semestralmente e aplicados até um saldo diário máximo de cinco mil euros. Significa que nos dois primeiros anos é possível ambicionar ganhar 252 euros líquidos de impostos, o equivalente a uma Taxa Anual Nominal Líquida (TANL) de 2,52%.

Para ter acesso a estas condições apenas é necessário domiciliar o ordenado ou pensão no Bankinter a partir de 800 euros por mês, não ter um crédito à habitação associado a esta conta e contar com, pelo menos, cinco movimentos de compras com o cartão de crédito do banco.

  • Certificados de Aforro

Não há como negar: o melhor produto de baixo risco para a carteira dos pequenos aforradores são os Certificados de Aforro. Com uma taxa de juro de 3,5%, nada se aproxima desta remuneração.

Como resultado da galopante subida das taxas de juro, estes títulos de dívida do Estado desenhados para o retalho pagam atualmente a taxa máxima permitida por lei.

No entanto, os investidores que detenham Certificados de Aforro há mais de um ano podem ambicionar ganhos mais elevados do que os 3,5% oferecidos nas novas subscrições e capitalizações. Isto porque, à taxa de juro fixada mensalmente, é ainda aplicado um prémio de permanência de 0,5% para os títulos detidos entre o segundo e o quinto ano de permanência, e 1% entre o sexto e o décimo ano.

Os Certificados de Aforro podem ser subscritos em alguns balcões dos CTT ou pela internet, através da AforroNet, a plataforma da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.

Fonte: ECO e IGCP.

As taxas de juro oferecidas por estas três soluções de baixo risco podem revelar-se muito tentadoras, sobretudo quando comparadas com a maioria das soluções existentes no mercado. Mas não se deixe iludir: tomando em conta o atual ambiente económico marcado por uma taxa de inflação elevada e uma política monetária do Banco Central Europeu que continua a mostrar mostra sinais de haver margem para as taxas de juro subirem ainda mais um pouco, é provável que nos próximos meses estas soluções sejam ultrapassadas por outras.

Por essa razão, procure dedicar a parte das suas poupanças a ativos de baixo risco num destes produtos, mas tomando em conta uma aplicação de curto prazo. Prefira, por exemplo, um depósito a três meses em vez de 12 meses.

Desta forma conseguirá tirar partido das condições do presente proporcionadas por estes produtos, mas sem condicionar as rendibilidades futuras das suas poupanças.

Texto incluído na edição de 27 de março do Portefólio Perfeito que pode subscrever através deste link.

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