Taxa de juro média dos novos depósitos a prazo aumentou para 0,56% em janeiro, a maior subida em mais de uma década. Portugal deixou a liga dos últimos na Zona Euro
A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares aumentou para 0,56% em janeiro, registando a maior subida em 11 anos, o que permitiu que Portugal deixasse a liga dos últimos no que diz respeito ao ranking das remunerações dos depósitos na Zona Euro.
“Com este aumento das taxas de juro, Portugal deixou de ser o país da área do euro com a taxa de juro de novos depósitos mais baixa, mas permanece abaixo da média (1,64% em janeiro)”, avança o Banco de Portugal esta sexta-feira.
De acordo com o supervisor, o montante de novos depósitos a prazo de particulares foi de 5.727 milhões de euros em janeiro, mês em que os bancos perderam poupanças na ordem dos 2,5 mil milhões, uma queda histórica, rumo aos Certificados de Aforro.
Os novos depósitos com prazo de 1 a 2 anos foram remunerados a uma taxa de juro média de 1,13%, face à taxa de 1,00% em dezembro, e corresponderam a 19% do montante de novos depósitos em janeiro, aponta o Banco de Portugal.
A expectativa é que as taxas de juro dos depósitos continuem a aumentar nos próximos meses, à medida que os bancos vão ajustando as suas ofertas à evolução dos juros na região. Isto porque o Banco Central Europeu (BCE) tem em vista aumentar as taxas de referência já dentro de duas semanas e poderá não ficar por aqui, tendo em conta que a inflação continua perigosamente elevada.
Num primeiro momento, os bancos portugueses resistiram em subir os juros dos depósitos, o que mereceu um puxão de orelhas do supervisor. Razão pela qual os depósitos portugueses eram os que menos rendiam em toda a Zona Euro. O cenário inverteu-se no início deste ano, com a banca a sentir também a concorrência dos Certificados de Aforro — com taxas que atingem os 3,5% — na disputa pelas poupanças das famílias portuguesas.
Face a isto, já durante o mês de fevereiro, os grandes bancos deram um impulso na remuneração dos seus depósitos. Foi o caso do Santander, BPI, Novobanco, Caixa Geral de Depósitos (CGD) e, mais recentemente, o BCP, com ofertas a renderem entre 2% e 3%, mas com várias condições no acesso.