Rara jarra chinesa do século XVIII que estava numa cozinha vendida por 1,8 milhões de euros

CNN , Sana Noor Haq
21 mai 2022, 21:00
Jarra chinesa

Uma rara jarra chinesa datada do século XVIII foi vendida por quase 1,5 milhões de libras (perto de 1,8 milhões de euros) em leilão.

O artefacto azul dourado foi inicialmente avaliado em 150 mil libras (177 mil euros), de acordo com a Dreweatts, a casa de leilões inglesa que tratou da venda.

O vendedor herdou a jarra do pai, um cirurgião, que a comprou na década de 1980 por algumas centenas de libras, disse a Dreweatts em comunicado. O vendedor desconhecia o seu valor, e assim manteve-a na cozinha, onde foi detetada por um perito.

Com 60 cm de altura, a jarra de porcelana está adornada com uma marca de selagem de seis caracteres característica da dinastia Qianlong (1736-1795) na sua base, segundo a casa de leilões.

As garças prateadas seguram objetos como cestos de flores que estão associados ao Taoísmo, uma filosofia da qual o Imperador Qianlong era um devoto. Créditos: Cortesia da Dreweatts

Foi feita para a corte do Imperador Qianlong -- o sexto imperador da dinastia Qing - e teria sido trabalhada usando técnicas inovadoras de aquecimento para alcançar a sua coloração azul, dourada e prateada, acrescentou a Dreweatts.

A jarra terá sido cozida a uma temperatura de quase 2200 graus Fahrenheit (cerca de 1200 graus celsius) para alcançar a tonalidade azul cobalto, enquanto a tonalidade turquesa interior e as cores exteriores de ouro e prata terão sido criadas num forno adequado para esmaltes, segundo a casa de leilões.

O nome chinês para este tipo de jarra é "tianqiuping", que se traduz por "jarra celestial do globo" e descreve a sua forma esférica. A Dreweatts disse que não houve outras jarras tianqiuping documentados com os mesmos desenhos em ouro e prata, tornando-a extremamente rara.

A jarra tem uma marca de selagem de seis caracteres distintiva da dinastia Qianlong na sua base. Créditos: Cortesia da Dreweatts

Mark Newstead, consultor especializado em cerâmica e obras de arte asiáticas na Dreweatts, disse no comunicado que o interesse das licitações veio da China, de Hong Kong, dos EUA e do Reino Unido.

"O resultado mostra a elevada procura pela melhor porcelana que se produz no mundo. Um resultado fabuloso e temos o privilégio de ter vendido isto na Dreweatts", acrescentou.

Uma série de outros artefactos raros recuperados ao esquecimento conquistaram preços elevados de venda, recentemente.

Em março do ano passado, uma taça chinesa azul e branca do século XV, comprada numa venda de garagem por 35 dólares, foi vendida por 721 800 dólares em leilão.

Alguns meses depois, um prato italiano do século XVI descoberto numa gaveta arrecadou mais de 1,7 milhões de dólares em leilão, 10 vezes a sua estimativa original.

Amarachi Orie, da CNN, contribuiu para esta história.

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