Falha informática em plataforma da DGS expôs dados pessoais dos portugueses

5 set 2022, 07:33
Getty Images

REVISTA DE IMPRENSA. Vulnerabilidade do Sinave, onde se registam, por exemplo, os dados dos doentes com covid-19, permitia acesso a dados como nome, data de nascimento ou NIF

Uma falha informática na plataforma do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (Sinave), da Direção-Geral da Saúde, expôs dados pessoais da população portuguesa, incluindo nome completo, morada, data de nascimento, número de telefone, data de nascimento e Número de Identificação Fiscal (NIF). 

A notícia é avançada pelo jornal Público esta segunda-feira: segundo o jornal, esta vulnerabilidade foi detetada e corrigida no passado mês de março, mas não se sabe se foi explorada para fins ilegais ou há quanto tempo existia. De acordo com o jornal, foi um programador português que detetou a falha quando estava a explorar formas de "ligar o site do Sinave aos serviços digitais de um cliente". 

Esta plataforma, que existe desde 2014, foi lançada pela Direção-Geral da Saúde para que os médicos pudessem registar situações de risco e as chamadas doenças de declaração obrigatória, como a tuberculose ou o VIH/sida, de forma a serem identificados mais rapidamente surtos de doenças, por exemplo. Desde 2020 que os casos suspeitos de covid-19 e resultados laboratoriais são inscritos nesta plataforma.

De acordo com o Público, o Centro Nacional de Cibersegurança teve conhecimento do caso logo em março "e o mesmo ficou resolvido pouco tempo depois", disse ao jornal um porta-voz do organismo, mais precisamente em três dias úteis. 

"É provável que tenha sido explorado. A venda de dados pessoais na Internet é um negócio que vale milhões", disse ao jornal José Tribolet, fundador e ex-presidente do Inesc - Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores. "Este tipo de informação permite orquestrar ataques em que se usam sistemas automatizados para tentar aceder, com os dados, a várias plataformas online em simultâneo", explicou o especialista.

A equipa do Centro Nacional de Cibersegurança não revelou os motivos da falha do Sinave nem comenta a possibilidade de existirem erros semelhantes noutros sites do Governo, assinala o Público.

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