Mortalidade por covid, gripe e VSR acima do esperado no Norte e em Lisboa e Vale do Tejo

16 dez 2022, 09:11
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Em contrapartida, e no que se refere aos internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos, observou-se uma diminuição na ocupação de camas de doentes infetados com o SARS-CoV-2, bem como de casos reportados de gripe. No entanto, o VSR continua a atingir muitas crianças

A mortalidade por gripe, covid-19 e infeção por vírus sincicial respiratório (VSR) esteve, entre 5 e 11 de dezembro, acima do esperado para a época do ano no Norte e em Lisboa e Vale do Tejo e no grupo etário com 85 ou mais anos - nessa semana foram emitidos 2.769 certificados de óbito. Estes dados foram revelados esta sexta-feira no novo relatório semanal da Direção-Geral da Saúde (DGS): "Resposta Sazonal em Saúde – Vigilância e Monitorização". 

De acordo com o documento, isso coincide com o aumento da incidência das infeções respiratórias observado nas últimas semanas. Se olharmos só para a mortalidade por covid-19, a tendência é crescente mas "abaixo do limiar recomendado pelo ECDC [Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças]". 

Portugal registou na mortalidade cumulativa por covid-19 a sete dias cerca de sete mortes (+5%) por um milhão de habitantes e na mortalidade cumulativa a 14 dias cerca de 13 mortes (+7%). O limiar recomendado pelo ECDC situa-se nos 20 óbitos a 14 dias por milhão de habitantes. A variante Ómicron BA.5 continua a ser a dominante, com aumento da prevalência da sub-linhagem BQ.1.

Contudo, a DGS refere que a cobertura vacinal contra a covid-19 e contra a gripe "é elevada e tem conferido uma proteção crescente da população mais vulnerável". A cobertura vacinal contra a gripe encontra-se nos 72%, um valor muito próximo do recomendado pelo ECDC e pela Organização Mundial da Saúde (75%) para os grupos etários com 65 ou mais anos.

 

Atividade epidémica da gripe com tendência crescente

O relatório semanal revela ainda que, numa semana em que se observou uma ligeira subida da temperatura do ar, a atividade epidémica da gripe é "de baixa a moderada intensidade, com tendência crescente, com predomínio do subtipo A(H3), associado a maior gravidade nas populações mais vulneráveis". Estes mesmos dados mostram "uma ligeira diminuição da proporção de episódios de urgência hospitalar por síndrome gripal".

Entre os principais vírus respiratórios em circulação esta época, a maioria correspondeu ao vírus da gripe (38%) e outros vírus respiratórios (28%), como rinovírus e o VSR.

Ao nível dos internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) observou-se uma diminuição na ocupação de camas de doentes infetados com o SARS-CoV-2, bem como de casos reportados de gripe. No entanto, o VSR continua a atingir muitas crianças. 

"Apesar da diminuição do número de internamentos observada em enfermaria por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em menores de 2 anos de idade, estes valores mantêm-se elevados."

SNS24 atendeu 33.620 chamadas e o INEM 29.875 

Entre 5 e 11 de dezembro, o número total de atendimentos semanais triados pelo SNS24 aumentou para 33.620, mais 7,4% em relação à semana anterior.

Também se verificou um aumento do número de chamadas para o INEM (29.875 chamadas, mais 4,0% face à semana anterior), um aumento do número de ocorrências (29.579 ocorrências, mais 5,0%) e um aumento do número de acionamentos dos meios de emergência médica (28.202, mais 3,4%).

A DGS esclarece que a semana em análise "incluiu menos um dia útil, pelo que a informação deve ser interpretada em conformidade, não tendo apenas em consideração as variações de números absolutos semanais".

Este relatório integra informação de várias fontes e organismos além da DGS, como resultado de uma articulação intersectorial, incluindo o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, a Administração Central do Sistema de Saúde, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, as Administrações Regionais de Saúde, as Autoridades de Saúde de nível regional e local, o Instituto Nacional de Emergência Médica, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, a Agência Portuguesa do Ambiente e outros parceiros institucionais e académicos.

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