As declarações de Sewing surgem depois de a fabricante de automóveis alemã Volkswagen ter admitido estar a considerar o fecho de fábricas e despedimentos no país
Mais horas de trabalho semanais e mais anos de trabalho. O CEO do Deutsche Bank pediu aos funcionários que trabalhem mais para voltar a pôr a economia alemã no bom caminho o mais rápido possível.
“Temos simplesmente de dizer aos nossos concidadãos que temos de voltar a fazer mais”, afirmou. Numa conferência de imprensa em Frankfurt esta quarta-feira, Christian Sewing explicou que "mais crescimento" na Alemanha só vai ser possível através de uma mudança de "atitude em relação ao trabalho".
Tal implica "trabalhar de forma diferente", em especial "trabalhar mais e mais arduamente". O líder do banco sugeriu por isso implementar mais horas de trabalho semanais, explicando que os cidadãos da União Europeia (UE) trabalham cerca de 34 horas por semana, em média, em comparação com a Alemanha, onde só se trabalham 28 horas.
“Voltemos a trabalhar tão arduamente como a média da UE”, apelou. Mas não é só. Para além de mais horas de trabalho por semana, Sewing quer que os alemães trabalhem mais anos. "Não vamos conseguir com uma média de 28 horas de trabalho por semana e pensões aos 63 anos", garantiu.
A economia alemã está estagnada há vários anos e qualquer esperança de recuperação em breve desapareceu com os avisos deixados pelo presidente do instituto de investigação Ifo. Clemens Fuest alertou que o país está a “cair em crise” – e a ameaça recai já sobre os bancos nacionais.
O CEO do Deutsche Bank revelou ainda que, perante este cenário, os investidores estão a começar a duvidar da “capacidade de desempenho da Alemanha e da Europa” para levar a cabo uma reforma económica – “e, pior ainda, da vontade de o fazer”.
As declarações de Sewing surgem depois de a fabricante de automóveis alemã Volkswagen ter admitido estar a considerar o fecho de fábricas e despedimentos no país. Numa nota, o CEO do grupo, Oliver Blume, esclareceu que a Alemanha "está a perder cada vez mais terreno em termos de competitividade” e que “o encerramento de fábricas nos locais de produção de veículos e componentes já não pode ser excluído".