«Cheguei ao FC Porto e vi guerras e invejas, mas saí como um herói»

2 dez 2021, 09:26

Há golos que mudam o curso da história. DESTINOS recua pela primeira vez aos anos 70 e encontra Ademir Vieira, o homem que em 1978 colocou o FC Porto no trilho da glória nacional e europeia. «O Fernando Gomes é que tinha razão, um golo assim é como um orgasmo.»

DESTINOS é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias das décadas de 80, 90 e 00s, marcantes no nosso futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINOS.

ADEMIR VIEIRA: Olhanense (1972 a 1975 e 1983 a 1985); FC Porto (1975 a 1978);

«É gol, que felicidade
O meu time é a alegria da cidade
É gol, que felicidade
O meu time é a alegria da cidade»

O cruzamento é afastado pela cabeça de Alberto, defesa do Benfica, mas vai ter direitinho ao pé direito de Ademir. De primeira, sem pensar em mais nada, o avançado brasileiro arranca um remate potente, rasteiro e colocado.

Fidalgo, tapado por uma floresta de pernas, já só vê a bola quando ela está a chegar à baliza.

28 de maio de 1978, o clássico FC Porto-Benfica está a chegar ao fim, os dragões sabem que esse golo de Ademir lhe garante praticamente o título que lhe foge há 19 anos.

90 mil almas aquecem o cimento das Antas, sofrem com o autogolo madrugador de Simões, desesperam com uma bola à barra enviada por Humberto Coelho, mas tudo vale a pena com o momento experienciado a sete minutos do fim.

Ademir faz o golo de uma vida, o estádio explode e o popular relatador Gomes Amaro faz soar a trilha sonora celebrizada pelo Trio Esperança.

«É gol, que felicidade
O meu time é a alegria da cidade
É gol, que felicidade
O meu time é a alegria da cidade»

O campeonato 77/78 teria ainda mais duas jornadas. O FC Porto até deixa um ponto em Coimbra, mas goleia 4-0 o Sp. Braga na última ronda e solta o champanhe guardado desde 1959.

E Ademir? Por onde anda o famoso brasileiro, autor do golo que muda o curso da história do futebol português e que coloca os azuis e brancos no trilho dos troféus, nacionais e internacionais?

Este DESTINOS, especialíssimo, recua 43 anos no tempo só para localizar Ademir Vieira na sua casa, a sul de São Paulo. Quase septuagenário, cavalheiro da palavra, simpatia desarmante.

Tantas e tão boas memórias.

ADEMIR VIEIRA NA 1ª DIVISÃO EM PORTUGAL:

1973/1974: Olhanense (28 jogos/13 golos) – 11º lugar
1974/1975: Olhanense (24 jogos/9 golos) – 15º lugar
1975/1976: FC Porto (22 jogos/6 golos) – 4º lugar
1976/1977: FC Porto (16 jogos/6 golos) – 3º lugar
1977/1978: FC Porto (29 jogos/14 golos) - CAMPEÃO

Maisfutebol – Como está o homem que em maio de 1978 deixou a cidade do Porto em festa?

Ademir – Estou bem, com saúde. Quando voltei para o Brasil abri duas escolinhas de futebol, mas nos últimos tempos tive de fazer duas cirurgias do quadril e aposentei-me. Já nem conseguia correr, nem andar, mas a operação ajudou. Vivo na Praia Grande, litoral sul de São Paulo, e aproveito para viver uma vida calma ao lado da minha mulher. Estou feliz.

MF – Parte da sua família vive em Portugal ainda?

A – Isso mesmo. A minha filha, o meu filho e o meu neto continuam no Algarve, onde eu comecei e a acabei a carreira em Portugal. Visitei-os em 2019, mas depois apareceu a pandemia e deixei de viajar. Quero voltar, porque é um país maravilhoso e deixei por aí muitos, muitos amigos.

MF – Como é que entrou o futebol na vida do Ademir?

A – Eu nasci em 1952, o Brasil vivia uma era dourada no futebol, mas eu nunca pensei em ser futebolista. Curiosamente, o meu pai é que me incentivou e começou a levar-me a treinar em alguns clubes. Até que fiquei nos juvenis do São Paulo. O problema é que não era fácil ir para os treinos, tinha de apanhar vários autocarros e deixei o futebol. Comecei a trabalhar como auxiliar de escritório, aquilo que em Portugal chamam de paquete.

MF – Era uma vida dura?

A – Andava a pé por toda a cidade de São Paulo, a fazer recados. Claro que o bichinho de futebol ficou e eu fui jogando com os meus amigos de Santo André, a cidade onde vivia. A seleção da cidade fez alguns torneios, eu destaquei-me e aos 17 anos fui jogar mesmo para a equipa profissional do Santo André, na segunda divisão. Fiquei dois anos lá e depois apareceu-me a possibilidade surpreendente de me transferir. Não nos podemos esquecer que isso aconteceu em 1972, o mundo era totalmente diferente. E de Olhão fui para o FC Porto viver os três anos mais felizes da minha vida profissional, coroados com o histórico título de 1978.

(FC Porto plantel 1975/1976)

Em cima: Simões, Ronaldo, Adelino Jesus Teixeira, Júlio Augusto, Alfredo Murça e Dinis. 
Na fila do meio: Abel, Ailton Ballesteros, Rui Teixeira, Branko Stankovic, Tibi, Teixeirinha e Rolando.
Em baixo: Gabriel, Octávio, Ademir, Oliveira, Teófilo Cubillas, Fernando Gomes, António Carvalho e Seninho

MF – No seu Brasil dos anos 60 o que não faltavam eram craques. Tinha algum ídolo?

A – Eu tinha 12 anos na altura do Mundial de 1970. Conheci a melhor seleção brasileira de todos os tempos. E o meu ídolo era o Pelé, claro. Eu ia a pé, sozinho, até ao Pacaembu só para ver o Rei a jogar. Tinha de fugir ao meu pai e só entrava no estádio depois de pedir a um velhinho qualquer para se fazer passar por meu tio (risos). O Pelé justificava isso tudo. Vi Maradona, Cruyff, Eusébio, essas feras todas. Mas o Pelé era diferente.

MF – Explique-nos como é que em 1972 um futebolista brasileiro se conseguia transferir para uma equipa portuguesa, de Olhão.

A – Nem eu sei bem. O meu irmão é que devia ter ido para o Olhanense, acho que por intermédio do Juan Figer, um empresário uruguaio. Ele soube que o guarda-redes principal do clube estava suspenso e indicou o meu irmão para lá. Mas à última da hora o negócio caiu, porque o Rodrigues, o tal guarda-redes, foi perdoado.

MF – E como chegaram a si?

A – Apesar de o meu irmão não ter sido contratado, as pessoas do Olhanense perguntaram-lhe se ele conhecia algum avançado bom. E ele indicou o irmão. Eu (risos). Sei que as pessoas do Olhanense ficam chateadas quando eu conto isto, mas eu só tive de enviar uma fotografia minha para ser contratado.

MF – Uma fotografia?

A – É a verdade. Enviei uma foto através do senhor Figer, eles gostaram da fotografia e mandaram-me viajar. Foi assim mesmo, não posso mentir.

MF – Que futebol encontrou em Olhão em 1972? Já havia algum profissionalismo ou ainda era tudo muito amador?

A – Não, não, a organização era zero. O meu primeiro treino foi às 8h30, com muita chuva, e o campo parecia feito de barro. Era barro até às canelas. ‘Eu vou embora, não vou aguentae isto’ (risos). Era uma coisa deplorável mesmo. Naquela altura julgo que só Benfica, FC Porto, Sporting e Belenenses já tinham campos relvados. Talvez me esteja a esquecer de mais um ou outro, mas a grande maioria ainda eram os campos pelados. Acabávamos cheios de feridas e arranhões, não era possível jogar um futebol de qualidade. Jogávamos mesmo por amor, as condições eram terríveis.

VÍDEO: o resumo do dramático clássico de 1978 (imagens RTP)

MF – No Olhanense foi colega do Jorge Jesus, o atual treinador do Benfica.

A – O ‘Carinhas’, claro. Ele estava lá emprestado pelo Benfica, ele e o Rui Lopes. Por azar nesse ano descemos de divisão (risos). Tínhamos uma bela equipa, mas estivemos seis meses sem receber e foi impossível aguentar. O Jesus, o Rui e outros quiseram fazer greve. Eu disse logo que só fazia greve aos jogos, mas aos treinos não. Eu vinha do Brasil, estava sozinho em Olhão e tinha de treinar. Por isso é que no fim o Olhanense desceu e o FC Porto foi contratar-me. Nunca parei de trabalhar no duro. O Jesus era um médio bom tecnicamente, era bom jogador.

MF – Passou por dificuldades financeiras em Olhão?

A – Sim, muitas. Eu e quase todos. Havia um colega argentino [Juan Lo Bello] que tinha a mulher grávida e andava sem dinheiro, a situação era precária. Depois a minha mãe foi visitar-me, ficou num hotel e eu não tinha dinheiro para pagar o quarto… foi triste.

MF – O Jesus já dava pistas de que podia vir a ser um bom treinador?

A – Se me colocarem a treinar a seleção do Brasil, acho que tenho hipóteses de ser campeão do mundo. Com isto acho que digo tudo. Claro que ele fez um grande trabalho no Flamengo, mas o plantel era de luxo e os jogadores estavam a voar, tinham imensa qualidade. Isso é que fez a diferença. Eu fui treinador durante oito anos em Portugal, na segunda e terceira divisão, mas sem qualidade não há possibilidades. Por isso é que decidi voltar ao Brasil.

MF – Que memórias guarda desse antigo colega?

A – Boas, muito boas. Aliás, quando eu tirei o curso de treinador foi com ele que fui estagiar. Ele estava no Felgueiras e eu telefonei-lhe para passar lá uma semana. O ‘Carinhas’ disse logo que sim e recebeu-me muito bem. Ele, o Rui Lopes e o Jacinto João. Ainda falo todos os dias com o meu grande amigo Jacinto. O Jesus era um pouquinho nervoso (risos). Gritava muito com os jogadores, mas cada um tem o seu perfil.

MF – Voltando a si. Portanto, o Olhanense desceu de divisão em 1975 e o Ademir, mesmo assim, saiu para o FC Porto?

A – Mesmo assim. Nós fomos jogar a Faro e um enviado do FC Porto falou comigo e disse que estavam interessados em mim. Na altura havia a Lei de Opção, mas como o Olhanense me devia seis meses de salários eu poderia rescindir o contrato. O chefe de departamento de futebol do FC Porto chamava-se Alfredo Borges. Telefonou-me, convenceu-me, mas eu estava de casamento marcado e não tinha dinheiro nenhum (risos). O senhor Alfredo disse-me logo que o clube me adiantava uma verba e que não havia problema nenhum. Foi muito rápido e eu fui para o FC Porto tranquilo.

MF – O que encontrou na cidade do Porto e no FC Porto à sua chegada, em 1975?

A – A cidade era e é maravilhosa, espetacular. As pessoas a mesma coisa. Fui sempre tratado como um deus pelas pessoas da cidade. Em relação ao FC Porto, clube que amarei para sempre, nem tudo corria bem. Lembro-me que o plantel tinha 35 jogadores, gente a mais, e que a política do clube passava por contratar todos os atletas que se destacavam. Era difícil chegar e jogar numa equipa com o Cubillas e o Oliveira, por exemplo. Eram muitos profissionais, havia muita inveja, muita guerra, muitos conflitos porque toda a gente queria jogar. Os treinos de conjunto eram uma luta tremenda para ganhar o lugar. O primeiro ano não foi nada fácil, mas no final saí apaixonado e como herói do povo.

MF – A época começou com o senhor Stankovic.

A – Ele era o treinador e saiu a meio para entrar o Monteiro da Costa.

MF – Mas só com o José Maria Pedroto é que foi estabelecida a ordem.

A – Era um homem do futebol, inteligentíssimo. Queria conhecer as famílias, tinha todas as manhas e pensava sempre à frente. Já era muito organizado, preparava bem os jogos e conhecia todos os adversários.

MF – No FC Porto, o Ademir jogava mais como médio, certo?

A – Eu sempre fui avançado e no FC Porto comecei a fazer dupla com o Júlio na frente. Era um craque, mas nunca foi muito aproveitado no clube. Com o senhor Pedroto é que baixei no terreno. O Rodolfo e o Octávio tiveram lesões e o Pedroto teve olho. ‘Olha, quero que recues para pegar na bola e fazer jogo, mas depois quero que apareças para fazer golos’. E eu adaptei-me muito bem a esse papel de número dez, digamos assim.

VÍDEO: o golo de Ademir narrado por Gomes Amaro

MF – Apesar de ter grandes jogadores, o FC Porto só foi campeão no terceiro ano do Ademir. Nesse ano fez 14 golos e uma grande época com o Pedroto.

A – Vou dizer uma coisa sincera. Havia jornalistas e dirigentes em Portugal que não gostavam de futebolistas brasileiros, a mentalidade era outra. Eu via três ou quatro jogadores sempre juntos, eu não era burro, o Porto não era tão grande assim e era fácil ver jogadores com jornalistas e jogadores com diretores. Nós, os brasileiros, dávamo-nos mais entre nós, sentíamo-nos um bocado marginalizados e só jogávamos quando tínhamos um valor mesmo elevado. Se dependesse de jornalistas, acho que nunca jogávamos (risos). Além disso, claro que o FC Porto tinha grandíssimos jogadores. Oliveira, Gomes, Duda, Seninho, Octávio… Eu trabalhava muito e dizia que tinha de jogador naquela equipa.

MF – E conseguiu. Fez três anos ótimos e depois saiu. Porque é que o FC Porto deixou sair em 1978 o herói de um título tão marcante?

A – O clube queria que eu ficasse. Eu conto tudo direitinho. A verdade é que a meio dessa minha terceira época [1977/78] eu não andava contente. Estava chateado. Não com o clube, mas com pessoas que trabalhavam no clube. E o major Valentim Loureiro convidou-me para ir para o Boavista. Ofereceram-me um bom contrato e a meio do ano assinei pelo Boavista. Andava mesmo incomodado com as ‘panelinhas’ que via no FC Porto e queria sair. Depois de assinar pelo Boavista, curiosamente, desatei a marcar golos e tornei-me titular indiscutível do FC Porto. E depois de fazer o famoso golo ao Benfica, o Pinto da Costa e o Pedroto pediram-me para continuar. Eu disse que já tinha assinado e que eles tinham de falar com o Valentim. E o Valentim não abdicou do contrato.

MF – Mas o Ademir acabou por nunca jogar no Boavista.

A – É verdade. É que no último jogo do campeonato, o jogo do título contra o Sp. Braga [4-0], fiz uma grande exibição e na bancada estavam responsáveis do Celta de Vigo. Porque o Celta queria o Chico Gordo, avançado do Sp. Braga. O jogo acabou, eu estava a sair do balneário e fui abordado pelos emissários do Celta. Fui falar com eles a um hotel, disse-lhes que já era jogador do Boavista e que era com o Boavista que eles tinham de se entender.

MF – O Valentim Loureiro aceitou?

A – Claro, não perdeu a oportunidade de me vender por 16 milhões de pesetas. E por isso fui para o Celta e nunca joguei no Boavista, a não ser num amigável Boavista-Celta (risos). Foi o jogo combinado para celebrar a minha transferência.

MF – A conversa tem de acabar com as memórias sobre o dia 28 de maio de 1978.

A – Fico emocionado só de falar…

MF – O que lhe vem à cabeça ao lembrar o golo ao Benfica?

A – Felicidade, gratidão. Tocou-me a mim ficar na história do FC Porto com esse golo. Guardarei até ao meu último suspiro esse remate e esse golo. Foi o momento mais alto da carreira e trago o vídeo sempre aqui no meu telemóvel. Está sempre pronto para mostrar aos meus amigos, mesmo aqui no Brasil. Na hora, honestamente, nem sabemos bem o que sentimos. Acho que o Fernando Gomes é que tem razão. Fazer um golo é como um orgasmo, uma coisa doida, uma coisa louca. Atirei-me para o chão e lembro-me de ter os meus colegas todos em cima de mim.

MF – Conseguia andar pela cidade nos dias a seguir?

A – Olhe, logo nessa noite amassaram o meu carro todo. ‘Fica, Ademir, fica!’. ‘Você tem de ficar, é nosso!’. As pessoas já sabiam que eu ia sair. Sempre fui tratado com uma gentileza incomum, não tenho nem um grãozinho de areia para apontar aos adeptos do Porto. Quando eu fui a Portugal em 2019, levei dois casais amigos brasileiros e eles ficavam malucos ao ver as pessoas a reconhecerem-me, 40 anos depois do famoso golo. Eles ficaram abestalhados. Fui tratado como um rei.

MF – Que mensagem quer mandar a essa gente que tão bem o tratou?

A – Aos portistas só posso enviar um abraço carregado de saudade. Amo essa cidade e vou levar o FC Porto comigo para sempre. Obrigado.

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106. Aílton: «Jogar no Benfica custou-me um divórcio doloroso»

107. Demol: «Sair do FC Porto foi o meu maior erro, passei a beber muito»

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126. Moretto e Jorginho: «Num FC Porto-Benfica até 500 euros me mostraram»

127. Mário: «Fui ganhar mais dinheiro no Estrela do que ganhava no Sporting»

128. Clóvis: «Fiz dois jogos e marquei um golo no Benfica, queriam mais o quê?»

129. Clayton: «Mourinho chamou-me e perguntou: 'Queres mesmo sair do Porto?'»

130. Alcides: «Depois de sair do Benfica fui 18 vezes sequestrado e uma vez preso»

131. Ali Hassan: «Ia assinar pelo Benfica e fui desviado pelo Sporting no hotel»

132. Maciel: Larguei um vício que já tinha no FC Porto, não toco em álcool há anos»

133. Pena: «Tive uma depressão no FC Porto, o meu agente roubou-me 540 mil euros»

134. André Cruz: «Sentei-me no sofá, liguei a televisão, vi o título do Sporting e chorei»

135. Giovanella: «O Mostovoi pegou-me ao colo e só gritava '7-0 ao Benfica!'» 

136. Pitbull: «Se tirasse uma 'selfie' no balneário do FC Porto davam cabo de mim»

137. Valdir Bigode: «Vi coisas estranhas no Benfica, até me custa falar disso»

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