Bernardo e Diogo Jota (1996-2025) abraçados, ambos de costas: a homenagem do City

3 jul, 11:53
City

Manchester City publicou um comunicado de condolências acompanhada de uma fotografia marcante: um abraço entre os dois camisolas 20

Há imagens que rasgam os decalques da rivalidade. E há palavras que, mesmo contidas, carregam o peso exato da dor.

Esta quinta-feira, perante a notícia da morte de Diogo Jota, o Manchester City não ficou em silêncio. Num comunicado breve mas de uma compostura comovente, o clube de Pep Guardiola reagiu à perda do avançado português com a contenção sentida de quem sabe que há gestos que falam mais alto do que golos

“Todos no Manchester City estão chocados e profundamente tristes ao saber da devastadora notícia da morte de Diogo Jota. Enviamos as nossas mais sentidas condolências à sua família, aos amigos e a todos no Liverpool Football Club neste momento difícil. Descansa em paz, Diogo." É este o texto.

E o texto é acompanhado de uma fotografia que parece escolhida a dedo — talvez não houvesse outra tão perfeita. Nela, Diogo Jota e Bernardo Silva apertam-se num abraço em campo. Camisola 20 junto a camisola 20. City e Liverpool. Portugal acima de tudo.

Não é apenas um retrato de circunstância: é um momento de verdade entre dois rapazes que se cruzaram nas seleções jovens, cresceram lado a lado na órbita da geração de ouro e, mais tarde, se enfrentaram em batalhas de Premier League com o respeito mútuo de quem se conhece demasiado bem para se odiar.

Bernardo e Jota: um mais cerebral, outro mais instintivo. Um operário de veludo, outro um dínamo de faísca. Rivais por profissão, amigos por vocação. O abraço eternizado é, agora, uma despedida sem ensaio — como se a rivalidade tivesse sido sempre uma forma de amor camuflado.

Na fotografia não há barulho. Não há cânticos nem assobios. Há silêncio. Um silêncio que ecoa mais alto do que qualquer claque. E há um gesto que, sem querer, se tornou símbolo: o City a abraçar o Liverpool. Bernardo a segurar Jota. O futebol a lembrar-nos que, por baixo do músculo e da camisola, ainda pulsa um coração.

Diogo Jota e o irmão, André Silva, também futebolista, no Penafiel, morreram na madrugada desta quinta-feira, na sequência de um despiste seguido de incêndio na autoestrada A-52, na província espanhola de Zamora. As autoridades suspeitam de um rebentamento de pneu como causa do acidente e aguardam agora os testes de ADN para confirmação formal das identidades dos jovens futebolistas.

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