Desemprego registado recua 3,6% em abril face a março e 25,8% em termos homólogos

Agência Lusa , CV
23 mai 2022, 13:35
Pandemia aumentou o desemprego jovem. Algarve é a região mais afetada, com um crescimento de 79% em dois anos

Quanto ao desemprego jovem (pessoas com menos de 25 anos), registou uma diminuição em cadeia de 6,4% em abril face a março, para 32.433 inscritos (-2.215 jovens)

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego recuou 3,6% em abril face a março e diminuiu 25,8% relativamente a abril do ano passado, para 314.435, informou esta segunda-feira o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Segundo dados divulgados pelo IEFP, em abril havia menos 11.816 desempregados inscritos do que no mês anterior e menos 109.453 do que em abril de 2021.

Comparando com abril de 2019, pré-pandemia, o número de desempregados diminuiu 2,1% (-6.805 pessoas).

Ao longo do mês de abril, inscreveram-se nos serviços de emprego de todo o país 37.647 desempregados, mais 398 (+1,1%) do que no mesmo mês de 2021, mas menos 4.222 (-10,1%) do que em março.

De acordo com o IEFP, “para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2021, na variação absoluta, contribuíram, com destaque, os grupos dos indivíduos que procuram novo emprego (-105.526), os que possuem idade igual ou superior a 25 anos (-92.718) e os que estão inscritos há menos de um ano (-86.051).

Quanto ao desemprego jovem (pessoas com menos de 25 anos), registou uma diminuição em cadeia de 6,4% em abril face a março, para 32.433 inscritos (-2.215 jovens), e uma diminuição de 34% (-16.735 jovens) face ao período homólogo. Em abril de 2019, estavam inscritos 32.798 jovens.

A nível regional, em abril o desemprego registado no país, em termos homólogos, diminuiu em todas as regiões, com destaque para o Algarve (-53,7%) e a região autónoma da Madeira (-35,2%).

Também em relação ao mês anterior todas as regiões apresentaram decréscimos no desemprego, com a maior variação a acontecer no Algarve (-19,7%).

Em termos setoriais, registaram-se descidas homólogas em todos os grandes setores de atividades, sendo as variações mais significativas registadas, por ordem decrescente no ‘alojamento, restauração e similares’ (-47,6%: -10,3% face a março), ‘indústria do couro e dos produtos do couro’ (-38,4%), ‘indústria do vestuário’ (-32,2%) e ‘indústrias alimentares das bebidas e do tabaco’ (-29,7%).

O número de desempregados de longa duração (categoria que abrange as pessoas inscritas há mais de um ano no centro de emprego) totalizava em abril 154.493 (49,1%), o que traduz uma diminuição de 3,7% face a março (-5.865 pessoas), estando agora 13,2% abaixo do nível registado em abril de 2021 (-23.402 pessoas) e 9,1% abaixo do mesmo mês de 2019 (-12.944 pessoas).

Já os inscritos há menos de um ano totalizavam 159.942, tendo-se observado um recuo em cadeia e em termos homólogos de, respetivamente, 3,6% e 35,0%.

Os grupos profissionais mais representativos dos desempregados registados no Continente eram em abril os ‘trabalhadores não qualificados’ (25,9%), ‘trabalhadores de serviços pessoais, de proteção de segurança e vendedores’ (20,8%), ‘pessoal administrativo’ (11,8%) e ‘especialistas das atividades intelectuais e científicas’ (10,6%).

Relativamente ao mês homólogo de 2021, e excluindo os grupos com pouca representatividade no desemprego registado, o IEFP refere que “todos os grupos apresentaram diminuições”, com destaque para os ‘trabalhadores de serviços pessoais, de proteção de segurança e vendedores’ (-34,5%), ‘operadores de instalações e máquinas e trabalhadores de montagem' (-27,9%) e os ‘trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices’ (-26,0%).

Quanto às ofertas de emprego recebidas ao longo do mês de abril, totalizaram 11.855 em todo o país, um número inferior em 1.051 às recebidas no mês homólogo (-8,1%) e menos 2.828 do que no mês anterior (-19,3%).

As atividades económicas com maior expressão nas ofertas de emprego (sendo que neste caso o IEFP considera apenas os dados relativos ao Continente) foram as ‘atividades imobiliárias e dos serviços de apoio’ (16,9%), o ‘alojamento, restauração e similares’ (15,8%) e a ‘administração pública, educação, atividades de saúde e apoio social’ (14,5%).

As colocações (dados do Continente) revelam uma maior concentração nos ‘trabalhadores não qualificados (29,0%), nos ‘trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores’ (26,6%) e no ‘pessoal administrativo’ (10,8%).

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