Os efeitos de dois anos de pandemia de covid-19 na economia portuguesa

Agência Lusa , BCE
28 fev 2022, 08:16
Dinheiro. Foto: AP

Da recuperação da economia à taxa de desemprego, eis o retrato, em números, da economia portuguesa

A economia portuguesa foi profundamente afetada em 2020 pelas medidas de contenção aplicadas no contexto da pandemia de covid-19 e, 2021, apesar de ter ainda sido marcado por confinamentos, foi já de recuperação.

A economia portuguesa voltou a crescer, ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) não tenha atingido os níveis pré-pandemia. Portugal regressou à trajetória de redução da dívida pública e do défice e a taxa de desemprego já recuou no ano passado.

Dois anos após o início da pandemia, eis o retrato, em números, da economia portuguesa:

Economia recuperou 4,9%

No conjunto do ano 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) registou um crescimento de 4,9% em volume, o mais elevado desde 1990, depois da recessão histórica de 8,4% registada em 2020, devido ao impacto da pandemia na atividade económica, de acordo com dados do INE. Em 2019, a taxa de crescimento do PIB fixou-se em 2,7%.

Défice abaixo de 4,3%

O Ministério das Finanças antecipa que o défice em contabilidade nacional, a que conta para as comparações internacionais, deverá fixar-se abaixo de 4,3% do PIB, a meta prevista para 2021. Os dados finais só são conhecidos no dia 25 de março, mas Portugal terá já diminuído o défice face aos 5,8% registado em 2020, devido ao impacto da pandemia e depois do excedente orçamental de 0,1% alcançado em 2019.

Peso da dívida pública nos 123% do PIB

Portugal regressou à trajetória de redução do rácio da dívida pública face ao PIB em 2021, que havia sido interrompida pela pandemia. O peso da dívida pública caiu para 127,5%, uma diminuição de 7,7 p.p. do PIB face a 2020, mas acima dos 116,6% registados em 2019.

Exportações e importações já em níveis acima dos de 2019 

As exportações e as importações de bens aumentaram 18,1% e 21,1%, em termos homólogos, em 2021, atingindo 63 mil milhões de euros e 82,5 mil milhões de euros, segundo os dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística, recuperando da queda de 10,3% e 14,8%, respetivamente, registada em 2020. O défice da balança comercial de bens aumentou assim 4.653 milhões de euros para 19.041 milhões de euros. Face ao mesmo período de 2019, quando o défice atingiu 20.074 milhões, as exportações aumentaram 6% e as importações cresceram 3,2%.

Taxa de desemprego em 6,6% 

A taxa de desemprego caiu em 2021 para 6,6%, uma descida de 0,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior e que iguala a taxa registada em 2019. A população empregada aumentou em 2021 para 4.815,3 milhares de pessoas, mais 128,6 mil face a 2020 e mais 36,1 mil face a 2019.

Inflação média de 1,3% 

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma variação média anual de 1,3%, sucedendo a uma variação nula registada no conjunto do ano de 2020 e de 0,3% em 2019, segundo o INE. Excluindo a energia e os bens alimentares não transformados, a taxa de variação média situou-se em 0,8% em 2021, tendo sido nula no ano anterior e de 0,5% em 2019. O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português registou uma taxa de variação média de 0,9% em 2021 (-0,1% no ano anterior e 0,3% em 2019).

Economia

Mais Economia

Patrocinados