Hoje em dia parece que todos andamos cansados. O despertador toca cedo, o dia é uma corrida contra o tempo e, quando finalmente chega a noite, ainda há mil coisas por resolver. É quase como se o descanso tivesse deixado de ser prioridade na nossa vida e se tivesse tornado um luxo.
Este cansaço constante não afeta apenas o nosso humor ou a produtividade no trabalho. Afeta também a nossa saúde e principalmente a fertilidade que é uma das áreas mais sensíveis.
O nosso corpo humano é sábio, quando sente que não há energia suficiente, tenta ao máximo proteger-se. Em vez de gastar recursos na reprodução, concentra-se nas funções básicas de sobrevivência. É aí que podem surgir alterações hormonais, ciclos menstruais irregulares e até uma redução na qualidade dos espermatozoides.
Muitos casais que acompanho percebem isto na prática. O problema nem sempre está só nas análises, mas também no estilo de vida acelerado, no stress acumulado, no simples facto de nunca conseguirem desligar.
Mas afinal, porque custa tanto descansar?
Vivemos ligados ao telemóvel, com notificações a toda a hora, trabalho que invade os tempos livres e aquela sensação constante de que devíamos estar a fazer mais. Descansar passou a ser confundido com preguiça quando, na verdade, é essencial para a nossa saúde física e mental.
O que pode ajudar a recuperar energia?
Criar rotinas de sono: deitar e acordar no mesmo horário todos os dias.
Desligar os ecrãs 1h antes de dormir (mesmo que custe!).
Experimentar técnicas simples de respiração e/ou meditação.
Fazer pequenas pausas reais ao longo do dia: um passeio rápido, alguns minutos sem telemóvel.
E, acima de tudo, ouvir o corpo quando pede descanso.
Cuidar da fertilidade não é apenas fazer exames ou iniciar tratamentos.
É também aprender a viver de forma mais equilibrada.
Descansar não é um luxo é uma necessidade.
E talvez o maior desafio do nosso tempo seja mesmo este: reaprender a parar.