PCP considera demissão de Eduardo Cabrita era “inevitável” face à “acumulação de casos”

Agência Lusa , BCE
3 dez 2021, 22:19
António Filipe (PCP)

Eduardo Cabrita anunciou esta sexta-feira a decisão de se demitir do cargo de ministro da Administração Interna que ocupava desde 2017, depois do conhecimento do despacho da acusação de homicídio sobre o motorista

O PCP considerou esta sexta-feira “inevitável” a demissão do ministro da Administração Interna, face à “acumulação de casos envolvendo a atuação” daquele ministério, que tornaram “insustentável” a continuidade de Eduardo Cabrita.

“Este desfecho era inevitável perante a acumulação de casos envolvendo a atuação do Ministério da Administração Interna que, de facto, tornaram insustentável a continuidade do ministro Eduardo Cabrita à frente do ministério”, referiu à agência Lusa o deputado comunista António Filipe.

Em declarações na sequência da demissão do ministro da Administração Interna, o deputado do PCP referiu ainda que a “avaliação global” do seu partido ao Governo “não se prende com acontecimentos avulsos”.

Mas assinalou que a “apreciação global” é que “não está a haver a resposta que se impunha aos maiores problemas que o país enfrenta”.

“A avaliação que fazemos da política do Governo não se prende a um caso ou outro, ou mesma à atuação avulsa de qualquer ministro. Há uma avaliação global que fazemos que tem a ver com a resposta que é dada aos problemas”, sustentou.

Para António Filipe no caso concreto do ministro da Administração Interna houve um “acumular de situações que tornou inevitável a sua demissão”.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, demitiu-se esta sexta-feora, na sequência da acusação de homicídio por negligência do Ministério Público ao seu motorista pelo atropelamento mortal de um trabalhador da autoestrada A6, em junho deste ano.

Numa declaração aos jornalistas, em Lisboa, onde fez um balanço do seu mandato, Eduardo Cabrita referiu-se ao acidente que provocou a morte de um trabalhador na autoestrada dizendo que “mais do que ninguém” lamenta “essa trágica perda irreparável” e deixou críticas ao “aproveitamento político que foi feito de uma tragédia pessoal”, algo que disse ter observado “com estupefação”.

"É por isso que hoje não posso permitir que este aproveitamento político absolutamente intolerável seja utilizado no atual quadro para penalizar a ação do Governo, contra o primeiro-ministro, ou mesmo contra o PS. Por isso entendi solicitar a exoneração hoje das minhas funções de ministro da Administração Interna ao senhor primeiro-ministro", disse o ministro demissionário.

Pouco tempo depois, António Costa afirmou que aceitou a demissão de Eduardo Cabrita e anunciou que "nos próximos dias" indicará o nome do sucessor.

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