Rabino detido pela PJ fica sem passaporte e proibido de sair do país

12 mar 2022, 10:44

Daniel Litvak, responsável da Comunidade Israelita do Porto, foi detido no âmbito da investigação de vários processos sobre a obtenção de nacionalidade portuguesa por judeus sefarditas. Processo tem um segundo arguido sob investigação

O líder da Comunidade Judaica do Porto, detido na quinta-feira pela Polícia Judiciária, no âmbito da investigação de vários processos sobre a obtenção de nacionalidade portuguesa por judeus sefarditas, conheceu este sábado, à 1:00, as medidas de coação. Daniel Litvak, responsável da Comunidade Israelita do Porto, foi presente ao juiz, em Lisboa, ainda durante a última madrugada e ficou com apresentações periódicas à polícia, sem passaporte e proibido de sair do país, sabe a CNN Portugal. A TVI/CNN apurou ainda que o processo tem um segundo arguido sob investigação.

O rabino foi detido no aeroporto do Porto quando ia apanhar um voo para a Alemanha. Daí seguiria para Israel, onde tem parte da sua fortuna. Em causa estão os crimes de tráfico de influências, corrupção ativa, falsificação de documento, branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada e associação criminosa.

Um dos processos em causa é o da concessão da nacionalidade portuguesa ao empresário russo Roman Abramovich, ao abrigo da Lei da Nacionalidade para os judeus sefarditas.

A quebra de sigilo bancário detetou movimentações financeiras de valores avultados, o que indicia as suspeitas de corrupção. Precipitou-se a detenção por ter surgido a informação que o líder da Comunidade Judaica do Porto se preparava para fugir.

A investigação segue os termos no Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (MP/DIAP) Regional de Lisboa.

A PJ vai seguir agora o rasto dos milhões encontrados nas contas do rabino, para tentar encontrar correspondência com alguns dos 80 mil casos de naturalização que ja ocorreram em Portugal desde 2011, por esta via. Nas buscas de ontem e hoje, a PJ apreendeu informação sobre esses 80 mil casos.

Advogado arguido por suspeitas de cumplicidade no esquema das naturalizações 

O Advogado Francisco de Almeida Garrett, figura proeminente da comunidade judaica portuense e sobrinho da antiga ministra Maria de Belém, foi também constituído arguido no caso das naturalizações, sabe a TVI/CNN. Foi ele o proponente da lei que permitiu a atribuição da nacionalidade portuguesa a judeus sefarditas e a PJ suspeita que seja cúmplice em alguns dos crimes praticados num alegado esquema de corrupção, branqueamento de capitais e associação criminosa.

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