Defesa da jovem considera que avaliação é desnecessária e que exame de perito forense do Instituto Médico Legal é suficiente para o caso
A jovem que acusa Dani Alves, ex-jogador do FC Barcelona, de a ter violado na discoteca Sutton, em Barcelona, apresentou um recurso à juíza responsável pelo caso no qual se recusa a ser examinada pelo psicólogo contratado pela defesa do ex-jogador, avança a agência EFE.
O recurso já foi apresentado por Esther García, advogada da vítima, contestando a decisão da juíza para permitir a perícia proposta pelo advogado da defesa, Cristóbal Martell, e que quer determinar se o testemunho e sintomas da jovem são compatíveis com uma agressão sexual.
Cristóbal Martell pediu que a jovem fosse examinada quer por um perito independente do Instituto Médico Legal, assim como por um psicólogo contratado por Dani Alves. Já Esther García considera que a avaliação do perito forense do IML é suficiente. Para além da defesa da vítima, também o Ministério Público recorreu da decisão da juíza.
Assim sendo, o exame psicológico da vítima continua suspenso. O exame é considerado um teste essencial nos casos de agressão sexual para determinar se o testemunho da vítima e os sintomas que esta apresenta são ou não compatíveis com o facto de ter sido violada.
O advogado de Dani Alves quer ver aprofundada a a sua tese de que a queixa da vítima sofre de uma "distorção narrativa" e pediu ao tribunal não só um perito especializado, mas também que o exame psicológico da jovem fosse filmado. A gravação do exame acabaria por ser contestada, inclusive pelo Ministério Público, que considerou tal pedido invulgar na esfera criminal, e o juiz de instrução acabou por rejeitá-la, uma recusa que, por sua vez, conduziu a um recurso da defesa.
Dani Alves foi detido a 20 de janeiro, depois de um regresso a Espanha para o funeral da sogra. Foi de imediato levado a tribunal e está desde então preso preventivamente, em Barcelona, por suspeita de ter violado uma jovem de 23 anos na madrugada de 30 de dezembro de 2022.
A defesa do jogador tem visto frustradas as suas tentativas de alterar a prisão preventiva e o facto de todos os intervenientes já terem sido ouvidos, as autoridades terem recolhido todas as provas no local e a vítima ter sido de imediato atendida num hospital, cujo relatório aponta para sinais de violência, jogam contra Dani Alves, fará com que o julgamento deva começar ainda este ano. O brasileiro pode ser condenado até 12 anos de prisão.
Na semana passada, a mulher de Dani Alves anunciou que tinha decidido separar-se do ex-jogador depois de oito anos de casamento. Depois de ter apagado todas as fotografias que tinha com o jogador nas redes sociais, Joana Sanz, de 29 anos, publicou no Instagram imagens de uma carta escrita pela própria, à mão, a prestar alguns esclarecimentos e a anunciar a separação.