Coreógrafo alemão irritado com recenção negativa atira excremento de cão à cara da crítica

13 fev 2023, 22:33
Teatro de Ópera de Hanover, Alemanha (AP)

Marco Goecke não gostou do artigo publicado no Frankfurter Allgemeine Zeitung e atacou a crítica. Agora, foi suspenso pelo Teatro de Ópera de Hanover

O coreógrafo alemão Marco Goecke foi suspenso por espalhar excremento de cão no rosto de uma crítica de dança por causa de uma recenção negativa ao seu trabalho.

Wiebke Huster, a crítica de dança do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, foi ver o novo espetáculo  de Marco Goecke, "The Dutch Mountains", que estreou recentemente em Haia, nos Países Baixos, e escreveu, entre outras coisas, que a peça a tinha "alternadamente enlouquecido e matado de tédio".

A crítica foi publicada no fim de semana. No domingo seguinte, Goecke viu Hüster noutro dos seus espetáculos, "Glaube - Liebe - Hoffnung", no Teatro de Hanover, na Alemanha, e decidiu abordar Huster, no foyer do teatro, durante o intervalo. O coreógrafo ameaçou bani-la do espetáculo e acusou-a de ser a responsável pelo cancelamento de bilhtetes para a temporada. Então, pegou num saco cheio de excremento de cão e esfregou-o no rosto dela antes de se ir embora.

Segundo a imprensa alemã, as fezes usadas no ataque tinham sido produzidas pelo dachshund de estimação do coreógrafo, de nome Gustav, poucos minutos antes.

Wiebke Huster, de 57 anos, apresentou uma queixa na polícia. "Este incidente humilhante não é apenas um ato de agressão física, mas também uma tentativa de intimidar a nossa visão crítica e livre da arte", comentou.

Em consequência disto, Goecke, de 50 anos, que é o diretor e coreógrafo da companhia de dança desde 2019, foi suspenso da sua função e banido do teatro.

O Teatro de Ópera de Hanover disse, em comunicado: "Não se trata apenas do futuro de Marco Goecke, mas também do futuro da companhia com mais de 30 pessoas. A direção do teatro tem o dever de cuidar de todos os membros da companhia." A instituição pediu desculpas a Hüster, admitindo que a sua "integridade pessoal" tinha sido violada "de uma maneira indescritível" pela "reação impulsiva" de Goecke. 

O coreógrafo tem alguns dias para se desculpar e se explicar à direção do teatro "antes que novas etapas sejam iniciadas", acrescentaram.

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