Morreu o músico D'Angelo

14 out, 17:42
D'Angelo (Cheryl Gerber/AP)

Revolucionou o soul com músicas que também marcam a evolução do R&B

Morreu o cantor D'Angelo, conhecido músico que chegou ao estrelato na década de 1990 e no início deste século, inovando o estilo musical do R&B.

Como escreve o The New York Times, a ascensão a fenómeno musical valeu-lhe vários problemas, tendo passado quase uma década de reclusão para se encontrar.

A morte do artista, que tinha 51 anos, foi confirmada por um comunicado enviado pela família, que mencionou uma batalha contra um cancro no pâncreas. A revista People avança que o músico, nascido como Michael Eugene Archer, estava em Nova Iorque.

“Após uma longa e corajosa batalha contra um cancro, anunciamos com grande tristeza que Michael D’Angelo Archer, conhecido pelos fãs em todo o mundo como D’Angelo, partiu hoje, 14 de outubro de 2025”, refere a família do cantor, num comunicado citado pela publicação norte-americana Variety.

O álbum "Voodoo" terá sido um dos pontos mais altos da carreira. Lançado em 2000, faz parte dos álbuns essenciais da Apple Music, bem como o disco "Black Messiah", lançado em 2014.

A Apple Music descreve "Voodoo" como uma "obra-prima" da viragem do século. "Ficou imediatamente claro que ele tinha evitado apressar o tão temido 'difícil segundo álbum'", pode ler-se na descrição, que fala num disco como um "apogeu" do neo-soul.

Líder de uma revolução musical no soul, conseguiu misturar o estilo clássico de Al Green ou Marvin Gaye com as batidas que emergiam de todo o lado do hip-hop.

Para a história da música ficam temas como "Lady", "Brown Sugar" ou "Untitled (How Does It Feel", que transformaram as tradições da música negra mais pop.

As faixas chegaram ao top 10 de R&B da Billboard, numa era em que D'Angelo se misturava nas rádios mais ouvidas com nomes como Erykah Badu, Mos Def ou Common.

Nascido em fevereiro de 1974, em Richmond, no estado da Virgínia, o cantor, compositor e multi-instrumentista foi um dos pioneiros do movimento neo-soul, surgido na década de 1990.

Com o álbum de estreia, "Brown Sugar", conquistou dois prémios Grammy, nas categorias de Melhor Álbum de R&B e de Melhor Performance R&B Masculina, com o tema “Untitled (How Does It Feel)”.

Mais tarde voltaria a receber um Grammy de Melhor Álbum de R&B com “Black Messiah”, disco que inclui “Really Love”, tema que lhe valeu um quarto Grammy, de Melhor Canção R&B.

Embora tenha vencido quatro Grammy, D’Angelo soma 14 nomeações àqueles prémios.

Além do que gravou, D’Angelo participou também em temas de vários artistas e grupos, entre os quais Lauryn Hill, The Roots, Method Man, J. Dilla, Q-Tip, Common ou Snoop Dogg.

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