CNN - A explosão de um Tesla Cybertruck em frente ao Trump International Hotel, em Las Vegas, na quarta-feira, poderia ter sido significativamente pior, se não fosse a construção da carroçaria do veículo, que ajudou a conter a explosão, revelou a polícia.
O condutor do Cybertruck morreu e sete outras pessoas ficaram feridas nas proximidades quando uma combinação de fogo de artifício, botijas de gás e combustível para campismo na cama do veículo explodiu através de um dispositivo controlado pelo condutor, segundo a polícia.
“O facto de se tratar de um Cybertruck limitou realmente os danos que ocorreram no interior do serviço de estacionamento, uma vez que a maior parte da explosão foi provocada por este veículo. A maior parte da explosão passou pelo veículo e saiu”, afirmou Kevin McMahill, xerife do Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas, na quarta-feira. “Podem ver que as portas de vidro do hotel Trump nem sequer foram danificadas pela explosão, já que estavam estacionadas mesmo em frente.”
O FBI está a investigar se a explosão está ligada a terrorismo.
O Cybertruck foi alugado na mesma plataforma utilizada para obter a carrinha envolvida num ataque a um veículo em Nova Orleães na quarta-feira. As autoridades estão a investigar possíveis ligações entre os dois incidentes.
Eis o que sabemos:
Como se desenrolou o incidente
O veículo foi alugado no Colorado e chegou a Las Vegas às 7h30 da manhã de quarta-feira, segundo McMahill.
Cerca de uma hora mais tarde, depois de subir e descer a Las Vegas Boulevard, o veículo chegou ao Trump Hotel e explodiu, segundo as autoridades.
As imagens de vigilância captaram o condutor a passar pelo Trump Hotel cerca de uma hora antes da explosão. O condutor é depois visto a dar a volta e a parar em frente ao hotel momentos antes da explosão, de acordo com um agente da autoridade envolvido na investigação.
Um vídeo CCTV apresentado pela polícia captou o momento em que o camião explodiu. Nas imagens divulgadas nas redes sociais, o veículo aparece envolto em fumo enquanto é molhado com água.
Durante uma conferência de imprensa, a polícia partilhou imagens que revelam recipientes de gasolina queimados e foguetes de artifício encontrados entre os destroços do veículo fortemente queimado.
Polícia ainda não identificou oficialmente a pessoa que alugou o camião
As autoridades suspeitam que o condutor tinha antecedentes no serviço militar, de acordo com vários agentes da autoridade familiarizados com a investigação.
Embora a polícia tenha confirmado que sabe quem alugou o veículo, não revela o nome do condutor até poder verificar a sua identidade.
Design do Cybertruck evitou a explosão
McMahill disse que a construção da carroçaria do Cybertruck reduziu significativamente os danos na área de estacionamento do hotel, uma vez que a maior parte da explosão foi direcionada para cima, deixando o vidro frontal do edifício intacto durante a explosão.
“Tenho de agradecer especificamente a Elon Musk”, acrescentou McMahill, referindo que o CEO da Tesla Motors forneceu às autoridades 'bastantes informações adicionais', incluindo o envio direto de vídeos das estações de carregamento para ajudar nos esforços para localizar o condutor.
“Confirmámos agora que a explosão foi causada por fogos de artifício de grandes dimensões e/ou por uma bomba transportada na cama do Cybertruck alugado e não está relacionada com o veículo em si”, afirmou Musk num post no X.
“Toda a telemetria do veículo estava positiva no momento da explosão”, acrescentou Musk, referindo-se ao sistema do fabricante de automóveis que recolhe e transmite dados sobre o desempenho e o estado de um veículo em tempo real e pode monitorizar a quilometragem e acompanhar a distância percorrida, entre outras caraterísticas.
Veículo foi alugado na Turo
A explosão seguiu-se a um ataque mortal em Nova Orleães, onde um condutor embateu com uma carrinha contra uma multidão que celebrava o Ano Novo na Bourbon Street, na madrugada de quarta-feira, provocando pelo menos 15 mortos e vários feridos. O FBI está a investigar o caso como um “ato de terrorismo”.
A Turo, que opera uma plataforma online para os proprietários de automóveis alugarem os seus veículos, informou que o seu serviço foi utilizado para alugar veículos envolvidos nos trágicos acontecimentos de Nova Orleães e Las Vegas e que está a cooperar com as autoridades.
“Não acreditamos que nenhum dos utilizadores envolvidos nos ataques de Las Vegas e Nova Orleães tenha antecedentes criminais que os identifiquem como uma ameaça à segurança”, afirmou um porta-voz da Turo à CNN.
McMahill observou que é apenas uma “coincidência” que a carrinha envolvida no ataque de Nova Orleães também tenha sido alugada à Turo, e as autoridades estão a investigar ativamente a situação.
“Estamos a investigar absolutamente qualquer ligação ao que aconteceu em Nova Orleães, bem como a outros ataques que têm ocorrido em todo o mundo”, afirmou McMahill.
Paul P. Murphy, da CNN, contribuiu para esta notícia
