Este cruzeiro vai dar a volta ao mundo durante três anos. Tem é um problema: os passageiros não sabem quando vão partir

CNN , Julia Buckley
11 ago, 17:00
O Villa Vie Odyssey é um sonho que muitos aguardam para cumprir (Villa Vie Residences)

O Villa Vie Odyssey é um sonho que muitos aguardam para cumprir

Primeiro, houve um cruzeiro com uma duração de três anos que nunca partiu. Agora, há outra empresa a ambicionar ser a primeira a levar a cabo um cruzeiro residencial à volta do mundo a um preço razoável. Contudo, já adiou a partida dois meses.

A Villa Vie Residencies tinha prevista a partida de Belfast a 30 de maio. Todavia, após alguns imprevistos, o navio – o Villa Vie Odyssey – continua atracada nesta cidade da Irlanda do Norte.

Os passageiros apanharam um voo para casa, ficando à espera de uma nova data de partida.

O presidente executivo Mikael Petterson contou à CNN, a 27 de julho, que a partida deveria acontecer a 30 de julho, embora admitindo mais um ou dois dias de atraso. O prazo não foi cumprido.

Petterson explicou que um primeiro problema nos tanques de água [que guardam a água utilizada, por exemplo, dos duches] se transformou num problema ainda maior quando a empresa percebeu que também precisava de lemes novos. A Villa Vie comprou o navio à Fred. Olsen Cruise Lines, que o operava com o nome Braemar.

O responsável referiu também que o reduzido intervalo temporal entre a compra do navio e a sua colocação na água não deu margem para grandes obras.

“Se eu pudesse voltar atrás, provavelmente teria dado mais tempo”, admitiu. Ainda assim, reconheceu que, mesmo sem esses problemas, a partida teria sido adiada “por algumas semanas”.

Passageiros enviados para casa, para esperar

Os clientes que estavam à espera para embarcar em Belfast foram, num momento inicial, encaminhados para outros cruzeiros europeus, recordou. “Contudo, quando se deu o problema com o leme, mandamo-los de avião para casa e prometemos que os iríamos buscar quando tivéssemos uma data”.

O responsável estimou que cerca de 12 pessoas continuam a esperar em Belfast. Os restantes fizeram reservas com modalidades flexíveis, podendo voltar rapidamente, mal o navio esteja pronto.

Para os mais céticos, que acreditam que este caso pode ser uma repetição do que aconteceu com o Life at Sea, cancelado dias antes da partida prevista em novembro, Petterson – que fez parte da equipa que lançou o Life at Sea, antes de se separar da empresa em 2022 – apresentou motivos para não temerem: o navio já está fora da doca seca e aguarda duas certificações finais.

“Pode ser que corra tudo na perfeição e partamos a 30 de julho. Mas, tendo em conta a forma como as coisas têm corrido, seria ingénuo da nossa parte esperar a perfeição”, disse a 25 de julho. “O nosso objetivo é 30 de julho. Essa é a nossa meta. Está nas mãos de deus”. O responsável acrescentou que espera que, em agosto, o navio já esteja a cumprir a sua função e que este arranque difícil seja “uma memória distante”.

No entretanto, a empresa avançou com remodelações no interior do navio, que só deveriam ter lugar quando a viagem já tivesse começado.

Este navio tem sido alvo de remodelações, preparando-se assim para os passageiros (Villa Vie Residences)

Um rival a caminho

Petterson assegurou que todas as cabines dos clientes já foram renovadas. O esforço está agora nas cabines da tripulação, que passarão de quádruplas a duplas.

“O navio está em bom estado. E seremos capazes de oferecer uma experiência melhor”, afirmou.

Contudo, como fica o itinerário, que prometia acompanhar o verão à volta do mundo? Petterson admitiu que talvez seja necessário pular as Ilhas Faroé se se registarem mais atrasos.

Foram vendidas cerca de 320 cabines de um universo de 350, adiantou. A expectativa é que cerca de 200 pessoas iniciem a viagem em Belfast, com outros juntando-se mais tarde. Cerca de 40 deles já tinham inscrito para viajar no Life at Sea.

Entretanto, duas pessoas que faziam parte da equipa de gestão do Life at Sea quando este cruzeiro foi cancelado lançaram o seu próprio negócio, mostrando concorrência neste segmento.

Kendra Holmes, antiga presidente executiva da Miray Cruises – a empresa por detrás da Life at Sea – anunciou o seu novo projeto, a Globecruisers, que fundou com outros funcionários da antiga empresa.

Com desembarque previsto para abril de 2025, espera-se outro cruzeiro com uma duração de três anos. Contudo, ao contrário do que aconteceu com a Miray Cruises, Holmes garantiu que não aceitarão quaisquer depósitos até garantiu um navio. Depois disso, o dinheiro pago pelos hóspedes ficará guardado à parte.

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