Vasco Faísca: a febre do mundial e as suas três seleções

31 mai 2014, 23:59
Vasco Faísca

Crónicas Made in Portugal

O Maisfutebol desafiou os jogadores e treinadores portugueses que atuam no estrangeiro, em vários cantos do mundo, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. São as crónicas Made in Portugal:


VASCO FAÍSCA, FC PLATANIAS (GRÉCIA):


«Façam-nos sonhar!

Enquanto apaixonado - para não dizer fanático - de futebol que sou nada melhor que o espetáculo e o fascínio de um Mundial para saciar a minha sede deste magnífico jogo! Independentemente de ver, ou não, grandes espetáculos, o que mais desejo para este Mundial e para todas as competições em que participa Portugal é que a nossa selecção faça um grande torneio.

Tive a grande felicidade de representar Portugal em diversas ocasiões a nível das seleções mais jovens. Participei em dois Europeus, um de sub-18 e outro de sub-21, tendo ganho o de sub-18 que se disputou na Suécia. São emoções indescritíveis e muito fortes que trago guardadas em mim e que tenho a certeza nunca se apagarão. Por isso, posso imaginar o que se passa na cabeça dos jogadores, as ânsias, os receios, as expetativas, os sonhos...

Por outro lado, não posso esconder o grande carinho que tenho pela Itália (país onde vivi 11 anos) e o facto de ter feito a época passada na Grécia, ao serviço do FC Platanias, o que me aproximou também deste fascinante país. Portanto, em ordem decrescente, os meus preferidos à vitória final (porque não?!) são: Portugal, Itália, Grécia.

Não pude deixar de reparar num dado interessante que têm em comum as ‘minhas’ três seleções. As três têm o mesmo treinador há quatro épocas. Paulo Bento, Cesare Prandelli e Fernando Santos assinaram os contratos que os ligam às respetivas federações no Verão de 2010.

Este é um dado que eu valorizo bastante e que pode contribuir de maneira determinante para uma grande prestação de todas elas no Mundial do Brasil. E porquê? Porque acredito que um fator muito importante para o sucesso de uma equipa, neste caso de uma seleção, é a construção de uma identidade bem definida. Para isso são necessárias muitas horas de trabalho, bem precioso de que os selecionadores nacionais não dispõem ao contrário dos seus colegas nos clubes. Mas, quatro anos de trabalho em conjunto, são o ideal para uma seleção chegar a uma grande competição no topo da sua maturidade.

Ao fim de quatro anos a identidade de que falo tem que lá estar, as ideias do treinador já têm que estar completamente assimiladas pelos jogadores, o tipo de jogo pretendido tem de ter passado de consciente a inconsciente (os chamados automatismos) pois este é o fio condutor que multiplica as certezas e permite a expressão plena das qualidades dos jogadores.

Evidentemente, há outros fatores muito importantes que condicionam o sucesso de uma equipa, como o talento à disposição, a forte motivação necessária para atingir resultados excecionais e a sempre presente em todas as vitórias ‘pontinha de sorte’, etc. Se me permitem, cito Arrigo Sacchi (um dos melhores treinadores da história do futebol): «O treinador é como um realizador de cinema, todos eles escrevem um guião, pode ser um guião para ‘Óscar’ ou não. O jogador por sua vez é o intérprete, mas sem um guião de grande nível até o melhor ator pode naufragar...»

Penso que estes três selecionadores têm qualidade e acima de tudo tiveram o tempo necessário para escrever um guião para Óscar! E, no caso de Portugal, temos para além de um bom grupo de jogadores que nos permite estar numa segunda linha logo a seguir aos quatro ou cinco grandes favoritos, um dos melhores jogadores de sempre da história do futebol, o Bola de Ouro, FIFA World Player e campeão europeu de clubes: Cristiano Ronaldo.

Por tudo isto estou muito confiante que as ‘minhas’ seleções vão ter uma grande participação! Muita sorte para as três e que seja um grande mundial a 360 graus.

A Portugal peço um pouco mais, não por achar que os jogadores e o treinador nos devem alguma coisa, mas porque este magnífico país e o Povo que nós somos bem precisa de sonhar... Façam-nos SONHAR! FORÇA PORTUGAL, SEMPRE!

Até breve,

Vasco Faísca»

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