Euro 2024 foi o último campeonato europeu, mas o capitão não colocou um ponto final na ligação à seleção
O Euro 2024 foi o último de Cristiano Ronaldo na seleção. Foi o próprio que o admitiu no final de um emotivo jogo com a Eslovénia, em que o craque falhou um penálti no prolongamento e não conteve as lágrimas antes dos penáltis em que Portugal acabou por conseguir passar com o mérito e a sorte que não teve dias mais tarde contra a França.
Seria, de facto, complicado imaginar Cristiano Ronaldo a jogar no Euro 2028, que se vai disputar no Reino Unido e na Irlanda, mas será assim tão descabido imaginá-lo daqui a dois anos, então com 41 anos, no Mundial de Estados Unidos, Canadá e México?
Sofia Oliveira admite que lhe faz "um bocadinho de confusão que as pessoas que gostam do Cristiano Ronaldo prefiram que a sua carreira esteja a terminar desta forma e que ele mantenha a titularidade".
Em declarações à CNN Portugal, a comentadora desportiva entende que "gostar de um jogador é também querer protegê-lo, querer que ele termine bem". Algo que não está manifestamente a acontecer: o Euro 2024 foi a primeira grande competição em que Cristiano Ronaldo não marcou, além de ter deixado a imagem de alguém completamente frustrado - seja pelos inúmeros livres que tentou bater sem sucesso, seja pela debacle emcional que se seguiu ao penálti falhado, mesmo que depois tenha convertido um outro minutos depois, mostrando que a mentalidade ganhadora, essa, ainda lá está.
"Ronaldo deveria, obviamente, ajustar o seu estatuto à sua condição atual. Beneficiaria até, na minha opinião, de ser muitas vezes utilizado a partir do banco, porque entraria numa fase de encontro em que provavelmente os próprios adversários estão mais desgastados e a seleção está a arriscar mais", continua Sofia Oliveira, que não vê, desta forma, a necessidade de um fim imediato na ligação entre o capitão e a seleção, mas antes um papel diferente, pelo menos em relação àquilo que foi o Euro 2024. É que só Diogo Costa teve mais minutos.
“É bizarro pensar, e com o Europeu torna-se ainda mais estranho, que poderemos encarar o Mundial com o Cristiano Ronaldo a titular e a disputar todos os minutos”, conclui a comentadora, que também sublinha que a decisão de Ronaldo ser ou não titular não está nas mãos de Roberto Martínez.
Em paralelo, e segundo informações avançadas por Rui Santos na CNN Portugal, o próprio jogador estará a ponderar a sua continuidade. Não porque ache que não tem capacidades, mas antes por entender que o atual esquema e a forma como a seleção joga não o beneficiam.