«Tive uma infância difícil e meti a carninha toda no assador»

20 ago 2019, 21:05

Jogador da Juventus em entrevista à TVI

Na primeira parte da entrevista concedida à TVI, Cristiano Ronaldo falou sobre aquela que é uma das suas principais características, a capacidade de trabalho, e de como isso tem sido importante ao longo da carreira.

«O mais importante é ter talento, e eu tenho, sempre tive. Mas se formos olhar para os outros desportos, ou para os grandes cientistas, os que ganham prémios Nobel, todos tiveram grande talento, mas foram também grandes trabalhadores. E eu gosto de copiar os bons exemplos, não só do desporto, mas também de outras áreas», aponta.

«Nasci com essa característica [capacidade de trabalho]. Foi a minha educação. Tive uma infância difícil, apesar de nunca me ter faltado comida na mesa, mas tive de demonstrar aquilo que era [quando chegou ao Sporting], tive que meter a carninha toda no assador», revela entre sorrisos.

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Já sobre a carreira que conseguiu alcançar, o capitão da seleção portuguesa diz que ultrapassou por muito os sonhos que tinha enquanto miúdo.

«Nunca pensei chegar onde cheguei. Ultrapassei o meu sonho, sem dúvida alguma. O meu sonho era ser profissional de futebol, porque tinha talento e achava que tinha capacidade para lá chegar. Aqueles que jogavam comigo e contra mim diziam-me: ‘Cris, tu vais lá chegar porque és craque’. E começas a criar essa ilusão, mas se me perguntarem se sonhava ganhar uma Bola de Ouro, ou duas... obviamente que nunca pensei nisso», revela.

Nesse sentido, Ronaldo confidencia que só começou a pensar que podia chegar mais alto quando deu o passo para o futebol inglês.

«Quando comecei a jogar pelo Manchester United, com 18, 19 anos. Porque eu era tão bom como os jogadores que estavam lá e percebi: ‘estou perto de alcançar grandes coisas’. Claro que era miúdo e tinha muito para aprender – e aprendi muito com eles -, mas estava naquele mundo de craques. Porque aí eu via que eles não faziam nada que eu não pudesse fazer», nota.

«Havia melhores jogadores do que eu: o Giggs, tinha mais experiência e era melhor jogador do que eu na altura; o Rio Ferdinand, o Roy Keane, o Solskjaer... mas senti que se fosse bem encaminhado e trabalhasse, com o talento que eu tinha, podia ser o melhor jogador da Premier League, por exemplo.»

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