Treinador refletiu sobre a evolução do perfil do jogador, que hoje já não são apenas emprestas: são verdadeiras indústrias
Carlos Queiroz esteve este sábado no Thinking Football Summir e recordou uma história curiosa, dos tempos em que foi adjunto de Alex Ferguson no Manchester United.
A história veio a propósito de como as relações interpessoais e a comunicação com os atletas têm de ser diferentes nesta altura, no que Queiroz considera ser a próxima área de grande especialização no futebol: para ele, os jogadores devem ser confrontados com o seu rendimento, mais do que convencidos com palavras.
«Quando comecei no Manchester United a fazer experiências, fizemos uma com Cristiano Ronaldo e Rooney. Tínhamos um equipamento que fazia com que recebessem toda a informação dos parâmetros de performance nos jogos e que os comparava aos melhores da Liga Inglesa nas suas posições», recordou.
«Isto foi importante para estimular e desenvolver esse desejo de a cada dia ser melhor. Nem passados dois meses, Giggs entrou no meu gabinete e perguntou porque é que só eles dois tinham esses resultados. Decidimos estender a todos.»
A forma como a personalidade do jogador evoluiu ao longo das décadas, aliás, é uma das áreas de estudo que mais entusiasma Carlos Queiroz.
«Tivemos uma fase do jogador romântico, passámos para os jogadores profissionais, depois os jogadores que viraram empresas e, hoje em dia, temos quatro ou cinco lá no topo que são indústrias», referiu.
«Toda esta evolução do perfil do jogador envolve-se com tudo o resto, com a intervenção do treinador, dos dirigentes. É nesta harmonia e competitividade que o futebol moderno vive e, por isso, é mais espetacular e belo. Ganhou uma dimensão cultural, social, técnica que não tinha.»