Há um antes-e-depois da crise – e hoje mostramos-lhe ambos os momentos: publicamos os resultados de uma sondagem que na verdade são duas: antes e depois da notícia que fez saber que a empresa da família Montenegro ainda recebe avenças de empresas. Os resultados mostram uma queda da AD nas intenções de voto de uma semana para a outra, mas longe de ser um descalabro. AD está agora em empate técnico com o PS, que sobe. O Chega desce
A primeira sondagem realizada depois do agudizar da crise política mostra uma descida do PSD nas intenções de voto, com o partido liderado por Luís Montenegro a ser prejudicado com a crise política, mas mantendo-se no topo, agora com o PS mais próximo.
Em causa estão na verdade duas sondagens que revelamos hoje, feitas pela Pitagórica para a CNN Portugal, TVI, TSF, JN e O Jogo. A primeira sondagem foi realizada entre 23 e 27 de fevereiro (semana 1 – antes das notícias sobre avenças “vivas” de clientes à empresa da família Montenegro); a segunda sondagem foi realizada de 3 a 6 de março (semana 2 – já depois daquelas notícias, da comunicação do primeiro-ministro ao país e do anúncio de moção de censura pela CDU e da sua rejeição pelo PS.
Resultados: voto direto com distribuição de indecisos
O gráfico acima mostra os últimos resultados. Se, no entanto, fizermos o retrato antes-e-depois, percebemos a evolução de uma semana para a outra:
Semana 1 23 a 27 de fev
|
Semana 2 3 a 6 de mar |
Variação | |
AD | 35,6% [30,8% - 40,4%]
|
33,5% [29,7% - 37,3%] |
-2,1pp |
PS | 27,2% [22,8% - 31,6%]
|
28,8% [25,2% - 32,4%] |
+1,6pp |
Chega | 17,4% [13,6% - 21,2%]
|
13,5% [10,8% - 16,2%] |
-3,9pp |
IL | 5,1% [2,9% - 7,3%]
|
6,7% [4,7% - 8,7%] |
+1,6pp |
CDU | 3,6% [1,7% - 5,5%]
|
3% [1,6% - 4,4%] |
-0,6pp |
BE | 1,5% [0,3% - 2,7%]
|
2,9% [1,6% - 4,2%] |
+1,4pp |
Livre | 4,8% [2,7% - 6,9%]
|
2,7% [1,4% - 4,0%] |
-2,1pp |
PAN | 1,5% [0,3% - 2,7%]
|
1,9% [0,8% - 3,0%] |
+0,4pp |
ADN | --- | 0,4% [0,0% - 0,9%]
|
+0,4pp |
O+B/N | 3,3% [1,5% - 5,1%]
|
6,6% [4,6% - 8,6%] |
+3,3pp |
Indecisos | --- |
--- | --- |
Os resultados mostram assim um empate técnico entre AD e PS, em face de uma descida da AD e de uma subida do PS de uma semana para a outra, ou seja, com a crise. O Chega desce bastante de uma semana para a outra.
Para uma análise mais completa, vejamos os resultados, mas agora sem distribuição de indecisos:
Semana 1 23 a 27 de fev
|
Semana 2 3 a 6 de mar |
Variação | |
AD | 29,8% |
28,2% | -1,6pp |
PS | 22,8% |
24,2% | +1,4pp |
Chega | 14,5% |
11,4% | -3,1pp |
IL | 4,3% |
5,6% | +1,3pp |
CDU | 3,0% |
2,6% | -0,4pp |
BE | 1,3% |
2,4% | +1,1pp |
Livre | 4,0% |
2,2% | -1,8pp |
PAN | 1,3% |
1,6% | +0,3pp |
ADN | --- | 0,3% |
+0,3pp |
O+B/N | 2,5% |
5,5% | +3,0pp |
Indecisos | 16,5% |
16,0% | -0,5pp |
Montenegro perde mas permanece
Outra pergunta da sondagem reflete a opinião sobre os líderes partidários, antes e depois da crise. Luís Montenegro cede
As avaliações negativas do primeiro-ministro Luís Montenegro sobem oito pontos percentuais face à semana anterior (eram 38% e passam a 46%). André Ventura e Pedro Nuno Santos registam ligeiras subidas nas avaliações negativas (dois e um ponto percentuais, respetivamente).
Esta sondagem será noticiada ao longo dos próximos dias com mais informações sobre a crise política.
Ficha técnica
Foram realizadas duas sondagens pela Pitagórica para a TVI, CNN Portugal, TSF, JN e O Jogo.
• A primeira sondagem realizada entre os dias 23 a 27 de Fevereiro antes das noticias mais recentes sobre os clientes da empresa da família do Primeiro-Ministro e da comunicação que foi feita pelo 1º Ministro ao país no Sábado 1de Março.
• A segunda sondagem realizada entre os dias 3 e 6 de Março, depois da comunicação do Primeiro-Ministro ao país bem como da reação da CDU (anúncio de Moção de Censura) e da reação do PS (intenção de rejeição da moção de censura da CDU).
Na primeira sondagem, a amostra recolhida foi de 400 entrevistas, como habitualmente nos barómetros mensais, e para além da intenção de voto das legislativas, foram abordados temas relacionados com a avaliação da Presidência da República bem como a intenção de voto para as eleições presidenciais e ainda temas de desporto. A taxa de resposta foi de 65% ou seja foram precisos 615 contactos efetivos para conseguir as 400 entrevistas. A margem de erro máxima para um nível de confiança de 95,5% é de +/-5,0%.
Na segunda sondagem, a amostra recolhida foi de 625 entrevistas, com um questionário mais curto, que apenas se debruçou sobre os temas das eleições legislativas e da crise atual. A taxa de resposta foi de 66% ou seja foram precisos 938 contactos efetivos para conseguir as 625 entrevistas. A margem de erro máxima para um nível de confiança de 95,5% é de +/-4,0%.
Em ambas as sondagens, a amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores Portugueses recenseados e foi devidamente estratificada por género, idade e região. A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva.
A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online.