ADN de assassino exumado ajuda a resolver casos de homicídio arquivados nos EUA há quatro décadas

CNN , Steve Almasy
3 fev 2022, 17:00
Os casos ocorreram entre 1978 e 1981 e ficaram agora resolvidos. Foto: Polícia de Denver

As vítimas foram quatro mulheres com idades entre os 17 e os 53 anos. Os homicídios começaram por ser investigados como casos separados, mas as provas de ADN mostraram que o assassino era o mesmo

Através de genealogia genética e ADN familiar, a polícia do Colorado resolveu os casos já com décadas dos homicídios de quatro mulheres. O assassino era um homem que se suicidou na prisão em 1981.

As três mulheres e uma adolescente morreram esfaqueadas entre 1978 e 1981 na região de Denver. A polícia não divulgou informação sobre os casos, mas o comandante da polícia de Denver, Matt Clark, disse que havia uma “componente sexual subjacente”.

Recentemente, a polícia usou provas de ADN para identificar o assassino como Joe Ervin, que se suicidou há 41 anos após ter sido detido por matar a tiro uma agente da polícia em Aurora.

As autoridades exumaram os restos mortais de Ervin em finais de 2021 e descobriram que o seu ADN correspondia ao que tinha sido encontrado nos locais dos crimes.

“Apesar de o criminoso já não poder ser responsabilizado pelos seus atos desprezíveis, esperamos que saber quem foi o responsável possa dar alguma paz às famílias”, disse o chefe da polícia de Denver, Paul Pazen, numa conferência de imprensa na sexta-feira.

Inicialmente, os homicídios tinham sido investigados como casos separados. As mortes foram ligadas entre 2013 e 2018 graças a provas de ADN. Em 2019, o Laboratório Forense da polícia de Denver descobriu uma “ligação ancestral positiva” no Texas.

Dois anos depois, durante uma busca nos registos do Texas por parentes biológicos do perfil de ADN do assassino, as autoridades encontraram uma correspondência com alguém próximo do suspeito até então não identificado.

Eventualmente, Ervin foi identificado como sendo o possível assassino e os seus restos mortais foram exumados. A polícia diz que, em janeiro passado, a análise de ADN confirmou que Ervin era o assassino.

As vítimas foram Dolores Barajas, de 53 anos; Madeleine Furey-Livaudais, de 33 anos; Gwendolyn Harris, de 27 anos; e Antoinette Parks, de 17 anos. A pedido da família, a polícia não divulgou a foto de Dolores.

“Podemos finalmente ter paz agora que sabemos quem fez isto à minha irmãzinha”, disse George Journey, um dos irmãos de Antoinette Parks. “Quero que saibam, pusemos um ponto final nisto.”

Ele disse que a mãe e as três outras irmãs tinham morrido nos anos após o homicídio, e que gostaria que elas estivessem presentes para saberem que o assassino tinha sido identificado.

Antoinette Parks, aluna do secundário, estava grávida de seis a sete meses quando foi assassinada.

“Foi muita informação para absorver tão de repente ao fim de tanto tempo”, disse Molly Livaudais, que era criança quando a sua mãe foi assassinada.Ela louvou a agente fatalmente atingida a tiro por Ervin.

“Com o seu sacrifício, ela impediu-o de matar outras pessoas e era evidente que ele não ia parar sozinho”, disse Livaudais que descreveu a mãe como escritora e ecologista com um futuro brilhante.

Ervin matou Debra Sue Corr, uma agente da polícia de Aurora, atingida a tiro com a sua própria arma enquanto algemava Ervin após uma operação stop. Ervin atingiu ainda um transeunte que tentou ajudar a agente, disse a polícia.

A polícia não comentou outros casos em que Ervin possa ter estado envolvido, mas Livaudais disse que descobriu que “ele agrediu inúmeras outras pessoas”.
 

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