Adolescente desapareceu em férias com os amigos. 13 anos depois, é encontrado o corpo

23 mai 2022, 10:54
(AP Photo/Bruce Smith)

O desaparecimento de uma rapariga de 17 anos manteve-se uma incógnita por mais de uma década. A descoberta do corpo e do autor do crime marcam o início de uma nova etapa na luta por justiça

O corpo de Brittanee Drexel foi encontrado a semana passada, 13 anos após o seu desaparecimento.

A jovem de 17 anos, desaparecida durante a pausa escolar da primavera em 2009, foi encontrada no estado norte-americano da Carolina do Sul, a 56 quilómetros do hotel onde tinha sido vista pela última vez.

Os restos mortais da adolescente foram identificados através de análises de ADN e registos dentários.

Numa conferência de imprensa, as autoridades informaram ter detido Raymond Moody, um homem de 62 anos com condenações prévias por crimes sexuais.

O homem é agora acusado de ter sequestrado, violado e estrangulado Brittanee no dia 25 de abril de 2009, tendo depois abandonado o cadáver numa área florestal.

O xerife do condado, Carter Weaver, adiantou que Moody estava a ser investigado pelo Departamento Federal de Investigação (FBI) desde 2011.

Weaver declarou perante os jornalistas que o autor do crime tinha finalmente sido identificado com "confiança" e "sem hesitação", embora não tenha adiantado quais as “provas de investigação exaustivas” que o ligam ao desaparecimento.

Raymond Douglas Moody, em maio de 2022 (Georgetown County Sheriff)

O procurador do condado, Jimmy Richardson, expressou as condolências à família durante a conferência de imprensa, transmitida em direto pelo Facebook. 

"Há poucas coisas na vida piores do que perder um filho. Mas uma das coisas que acredito [serem piores] é perder um filho e não poder enterrá-lo", disse, acrescentando esperar que os mais recentes desenvolvimentos assinalem uma nova etapa no processo de luto dos pais.

A mãe de Brittanee, Dawn Drexel, corroborou as palavras do procurador.

"Hoje é o início de um novo capítulo", declarou, na mesma conferência. "A busca pela Brittanee tornou-se, agora, a busca de justiça pela Brittanee".

Uma viagem sem regresso. O pior pesadelo dos pais

A adolescente, natural de Nova Iorque, é descrita pelos pais como uma “maria rapaz” com aptidão para o futebol, mas que também adorava maquilhagem e roupas. Sonhava um dia vir a ser enfermeira ou cosmetologista.

Pouco tempo antes do desaparecimento, a mãe e o pai adotivo de Brittanee anunciaram a separação. “Sou o único pai que ela alguma vez conheceu”, desabafou Chad Dexter. "Foi tão duro para ela que as notas até baixaram".

Ainda assim, Chad e Dawn sempre afastaram a hipótese de a jovem ter fugido por vontade própria. "Fiz tudo o que podia para encontrá-la", garantiu.

Em declarações à revista People, a mãe de Brittannee garante ter-se oposto à viagem desde o início.

“Disse-lhe que simplesmente sentia que algo lhe ia acontecer”, conta, destacando o facto de a filha ter apenas 17 anos e de não estarem presentes adultos na viagem. “Simplesmente senti-o”.

Dawn Drexel numa conferência de imprensa em 2016 (AP Photo/Bruce Smith)

Perante a recusa da mãe e a crescente tensão entre ambas, Brittanee pediu para ficar em casa de uma amiga durante alguns dias.

Telefonou várias vezes para casa, e chegou a pedir desculpa pelas discussões dos dias anteriores, mas nunca revelou o seu verdadeiro paradeiro. Na verdade, tinha partido com um grupo de amigos para Myrtle Beach, na Carolina do Sul, no dia 22 de abril.

Dias depois, Dawn recebeu um telefonema do namorado da filha, que ficou apreensivo depois de não obter resposta às mensagens de texto. Estava lançado o alarme.

Câmaras de vigilância de um hotel nas redondezas, onde tinha ido visitar amigos, captaram os últimos momentos de vida de Brittanee. De camisola de alças preta e branca, calções e chinelos, a jovem abandonou o hotel e não voltou a ser vista com vida.

13 anos depois, as respostas começam a surgir.

Os motivos do assassinato não são claros, mas os pais assumem encontrar algum conforto na detenção do autor do crime. É o fim de mais de uma década de incerteza, mesmo que o desfecho não seja aquele que esperavam. 

"Isto é verdadeiramente o pesadelo de uma mãe", disse Dawn Drexel, à luz das revelações desta semana. "Estou de luto pela minha querida filha, Brittany, como tenho estado nos últimos 13 anos. Mas hoje é agridoce. Estamos muito mais perto da paz por que estávamos desesperadamente à procura."

E.U.A.

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