Margarida Blasco reitera que o Governo não instrumentaliza as forças de segurança, antes dá "orientações" para reforçar ações de fiscalização - que garante que "vão continuar" para garantir que Portugal continua a ser "um país seguro"
A ministra da Administração Interna (MAI), Margarida Blasco, reiterou esta terça-feira que as operações de fiscalização "vão continuar", acusando os partidos da oposição de tentarem "condicionar a independência operacional da polícia".
"Não abdicamos da segurança e não permitimos que esta seja instrumentalizada. O Governo não se envolve nas escolhas operacionais da polícia, o que o Governo faz é dar orientações às forças de segurança para reforçar as ações de fiscalização que têm vindo a ser realizadas e que vão continuar no terreno", declarou, durante o debate sobre o estado da segurança em Portugal, a pedido do Chega na sequência de um tiroteio no centro comercial em Viseu.
Apontando o dedo a todos aqueles que tentam retirar "aproveitamento político" das forças de segurança, Margarida Blasco quis deixar claro que o Governo vai sempre "opor-se a a quem tenta condicionar a independência operacional da polícia".
Confrontada com as críticas dos partidos e da opinião pública à forma como a operação policial no Martim Moniz foi levada a cabo, com aparato policial e dezenas de pessoas encostadas às paredes para serem revistadas, a ministra defendeu novamente a atuação das forças de segurança, frisando que os polícias atuam "sob o primado da Lei", afastando quaisquer enviesamentos.
"O crime não tem nacionalidade, cor de pele, religião ou etnia. Crime é crime e tem de ser combatido. A segurança é de todos - portugueses e estrangeiros", defendeu Margarida Blasco.
Apesar de este debate ter sido pedido com urgência na sequência do tiroteio num centro comercial em Viseu, foi a operação policial no Martim Moniz que esteve em destaque.
Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, designou a atuação policial como "uma operação normal, que deve acontecer mais vezes" e respondeu com ironia às críticas à forma de revista dos visados na operação na rua do Benformoso. "Provavelmente, o PS, o Bloco de Esquerda, o PCP e o Livre vão inventar uma forma de revistar pessas com as mãos nos bolsos", ironizou.
Em resposta, o porta-voz do Livre, Rui Tavares, defende uma "regra muito simples" que diz ser aplicada "em qualquer país civilizado no mundo": "Revistam-se suspeitos, senhor deputado, suspeitos."
No início da sua intervenção, o líder parlamentar do PSD saudou a posição "moderada" e "sensata" de José Luís Carneiro, ex-ministro da Administração Interna e deputado do PS, sobre o tema, comparando-a com a dos "protagonistas do PS" que descreve como "radical, extremista". "Muito parecida com a do Bloco de Esquerda", acrescenta.