João Rendeiro garante que não "vai regressar a Portugal"

14 dez 2021, 13:08

Defesa pediu para o antigo banqueiro ser transferido da cadeia de Westville, uma das maiores e mais perigosas da África do Sul, mas pedido foi recusado

João Rendeiro confirmou, esta terça-feira, aos jornalistas, à saída do tribunal, que não irá regressar a Portugal.

As declarações foram feitas  pelo antigo banqueiro, de 69 anos, aos jornalistas à saída do tribunal sul-africano de Verulam, numa passagem que durou poucos minutos. O antigo banqueiro viu ser adiada pela terceira vez a audiência naquele tribunal, que foi reagendada para esta quarta-feira, a partir das 09:00, sabe a CNN Portugal.

O adiamento surge a pedido da advogada do antigo banqueiro, que requereu mais tempo para consultar a totalidade do processo.

"Eu não vou regressar a Portugal", foram, aliás, as únicas palavras avançadas por João Rendeiro, que optou por não responder aos jornalistas quando questionado se sofreu, de facto, ameaças dentro da cadeia de Westville, uma das maiores prisões da África do Sul. 

Volta para prisão onde sofreu ameaças de morte

Westville alberga cerca de 40 mil reclusos e é a única na região de Durban. É também conhecida pelos diversos problemas de segurança, entre reclusos e guardas e a defesa de Rendeiro avançou que o cliente terá recebido ameaças de morte.

Por esse motivo, chegou a ser ponderada a transferência do ex-banqueiro para uma esquadra da polícia de Durban North que, sabe a CNN Portugal, acabou por ser recusada.

Entrevista exclusiva à CNN Portugal

De recordar que o antigo fundador e administrador do Banco Privado Português (BPP) foi detido este sábado, num hotel de luxo na África do Sul, na sequência de uma operação conjunta entre as autoridades portuguesas e sul-africanas. A Polícia Judiciária enviou este domingo a entrevista exclusiva de João Rendeiro à CNN Portugal para o ministério público da África do Sul.

O antigo presidente do BPP foi condenado em três processos relacionados com o colapso daquela instituição bancária, um deles já transitado em julgado, tendo o tribunal dado como provado que retirou daquela instituição 13,61 milhões de euros.

Em 2010, milhares de clientes foram lesados e o Estado português perdeu também centenas de milhões de euros.

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