Desde o verão do ano passado que a taxa homóloga de concessão de crédito à habitação tem vindo a cair. E, em março, o volume de empréstimos para habitação caiu pelo terceiro mês consecutivo
No final de março, o montante total de crédito à habitação era de 99,7 mil milhões de euros, menos 50 milhões do que no final de fevereiro.
Há três meses consecutivos que o volume de empréstimos para a habitação regista correções mensais, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal.
No entanto, o abrandamento do crédito à habitação tem sido notado há mais tempo: desde agosto do ano passado que a taxa de variação homóloga face ao ano anterior tem vindo a cair, passando de 4,8% em julho de 2022 para 1,9% em março de 2023.
Carteira dos bancos em crédito à habitação
Logne vão os tempos da década de 1980 e 1990 marcadas por taxas de crescimento homólogo de dois dígitos. Desde o verão que a concessão de crédito à habitação está a abrandar, podendo mergulhar nos próximos meses para valores negativos, como sucedeu entre novembro de 2011 e setembro de 2018.
O abrandamento da concessão de crédito à habitação tem sido acompanhado por uma subida da taxa de juro.
Segundo os últimos dados divulgados pelo Banco de Portugal no final de março, as taxas de juro dos novos contratos de créditos à habitação (realizados nos últimos três meses) para os 3,56%. Foi o valor mais elevado desde pelo menos 2021 e seis vezes superior à taxa de juro em fevereiro de 2022.
A sentir o impacto da subida das taxas de juro estão também as empresas. Segundo o Banco de Portugal, “no final de março de 2023, o montante de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas manteve-se face ao mês anterior em 74,6 mil milhões de euros, mas decresceu 1,0% relativamente a março de 2022.”
De acordo com o regulador do mercado, março foi o “terceiro mês consecutivo em que os empréstimos às empresas se reduziram relativamente ao mês homólogo do ano anterior.“