Tem crédito à habitação? "É provável que venha a haver" apoio do Governo, assume Costa em entrevista à TVI/CNN Portugal

12 set 2022, 22:47

Primeiro-ministro deixou no ar duas possíveis medidas de apoio às famílias nesta situação

Pensionistas, senhorios ou inquilinos. O pacote que o Governo apresentou para ajudar as famílias a fazer face ao aumento do custo de vida abrangeu várias pessoas, mas nenhuma das oito medidas visa aqueles que têm crédito à habitação, e que devem ver a sua fatura mensal aumentar nos próximos meses. Ao todo, cerca de 1,4 milhões de famílias portuguesas estão nesta situação, não sabendo ainda se vão ter algum tipo de apoio do Estado.

Na entrevista que deu à TVI/CNN Portugal, o primeiro-ministro deu um passo à frente em relação ao que tinha sido dito pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação na apresentação das medidas. Se Pedro Nuno Santos disse apenas que o Governo estava a "estudar" a situação, António Costa admitiu que "é provável que venha a haver" apoios para as famílias, ainda que não se tenha comprometido com qualquer medida em específico.

"Estamos a analisar, e é provável que venha a haver", afirmou, remetendo depois para a crise provocada pela pandemia de covid-19, que levou bancos e clientes a encontrarem mecanismos, nomeadamente através das moratórias que adiaram o pagamento das mensalidades de crédito. Por isso, atualmente, e segundo António Costa, o Governo está a conversar com a Associação Portuguesa de Bancos "para ver como a situação vai evoluir".

Ainda assim, e repetindo aquilo que Pedro Nuno Santos já tinha dito, o chefe do Governo lembra que "uma grande contribuição que o Estado pode dar para que não haja subida da taxa de juro é conseguirmos manter a trajetória de redução da nossa própria dívida". Uma solução que não terá influência na Euribor, um dos grandes problemas de quem tem crédito junto da banca.

Por isso, o Governo vai "acompanhar a evolução da situação", lembrando que há formas "várias" de poder apoiar as famílias, deixando no ar uma possibilidade já anteriormente utilizada: dedução dos juros do crédito à habitação em sede de IRS.

Questionado diretamente se pode deixar garantias sobre algum tipo de apoios, António Costa disse que "nenhum governo responsável pode dar garantias de que vai fazer isto ou aquilo", aproveitando para introduzir, como muitas vezes fez ao longo de mais de uma hora de entrevista, a retórica das contas certas (expressão que nunca utilizou, mas que esteve sempre lá): "Com o sentido de equilíbrio que tem caracterizado a nossa governação, adotarmos as medidas que são necessárias, até ao limite do possível, que não nos façam dar um passo maior do que a perna."

Para já, e ainda no domínio da economia, o primeiro-ministro prometeu para esta quinta-feira a apresentação de medidas que também visam ajudar as empresas.

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