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"Creche e pré-escolar só fazem a diferença quando são de qualidade". Especialista destaca a importância da Educação nos primeiros anos de vida

11 mar, 17:08
Creche (Matt Roth/The Washington Post via Getty Images)

Ana Mesquita, do laboratório colaborativo ProChild, lembra que o período dos zero aos seis anos é aquele onde há uma maior disponibilidade para a aprendizagem que requer menor esforço ao indivíduo. Um alerta que surge um dia depois de o Governo anunciar a criação de mais 200 salas de pré-escolar

Ana Mesquita, coordenadora na área da biologia e desenvolvimento do laboratório colaborativo ProChild, destacou, esta terça-feira, a importância da escolarização nos primeiros anos de vida das crianças. A especialista participou num debate sobre o modelo de aprendizagem que queremos no Oeiras Education Forum, juntamente com Ana Rita Bessa, CEO do Grupo Leya, e Vasco Teixeira, CEO da Porto Editora.

A especialista sublinha que “não há nenhum outro período da vida de um indivíduo que tenha um desenvolvimento cerebral tão rápido como o período entre os zero e os seis anos” e que isso “abre uma janela de oportunidade que é incrível, mas que traz também alguns desafios”. Ana Mesquita considera que “as conexões cerebrais são altamente dependentes das conexões humanas que as crianças estabelecem com os adultos significativos” que cuidam delas.

Para a especialista, não tem de haver exatamente uma escolarização da criança desde os zero anos, mas “uma intencionalidade pedagógica que comece aos zero anos”. Uma constatação que traz um problema: a falta de cobertura do sistema de creches em Portugal.

“Quando olhamos para a realidade portuguesa, a taxa de cobertura de creches em Portugal não ultrapassa os 50%. No pré-escolar é um bocadinho melhor, nomeadamente aos cinco anos”, constata.

Esta segunda-feira, o Governo aprovou em Conselho de Ministros a criação de mais 200 salas de pré-escolar, nas zonas mais carenciadas, num sistema cooperativo com instituições privadas e de solidariedade social. No anúncio da medida, o Governo recordou as conclusões a que chegou o grupo de trabalho para avaliar a situação das creches e pré-escolar e que chegou à conclusão que 10 mil crianças ficam de fora do sistema de ensino pré-escolar.

“Mas não é só a quantidade. É também a qualidade”, sublinha Ana Mesquita. “A creche e o pré-escolar só fazem a diferença quando são de qualidade”. A especialista do ProChild que falou esta terça-feira em Oeiras constata ainda que “isso é tão mais verdade quando falamos de crianças em situação de vulnerabilidade”.

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