Ramiro Sequeira: sem reestruturação, “alternativa era o fecho da TAP”, onde hoje “não há falta de tripulantes”

10 mai 2023, 20:14
Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP MIGUEL A. LOPES/LUSA

Ex-presidente executivo interino analisou o impacto do plano de reestruturação e admite que as dificuldades de recrutamento não são um exclusivo da TAP

Ramiro Sequeira, ex-presidente executivo interino da TAP, defendeu que a alternativa ao plano de reestruturação da companhia aérea era “o fecho da companhia”. “Na minha análise, provavelmente era o fecho da companhia. Com a queima de caixa que estava a haver, com a difícil ida aos mercados em momento de pandemia e o volume de dinheiro que estamos a falar, provavelmente seria o fecho da companhia”, afirmou na comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP.

Sequeira assumiu a liderança da TAP, de forma interina, em agosto de 2020, por convite do então ministro Pedro Nuno Santos. Foi um dos responsáveis pela elaboração do plano de reestruturação na empresa, embora admitindo que toda a negociação foi feita entre o Estado português e Bruxelas.

No Parlamento, Ramiro Sequeira defendeu que as dificuldades de recrutamento não são um exclusivo da TAP. “Os desafios a nível de recursos humanos não são uma especificidade da TAP nem do mercado nacional”, disse.

Questionado pelo comunista Bruno Dias sobre a dimensão dos cortes, Ramiro Sequeira insistiu que “fomos obrigados a avançar nesse sentido”. E assegurou que hoje “não há falta de tripulantes de cabine na TAP - acabámos de recrutar 400, tivermos cerca de 2500 candidaturas”.

Quando assumiu funções, com a pandemia como principal problema para lidar, segundo Ramiro Sequeira, “a sobrevivência do grupo TAP esteve em causa”. Os últimos dois anos na empresa, classificou, foram uma “montanha-russa”.

“Quando fui convidado, não pude deixar de assumir que existiriam vários fatores que fariam com que esse desafio não pudesse correr bem, quer para a TAP, quer para mim”, concretizou. Mas o desfecho, apontou, acabou por ser positivo: “A TAP sobreviveu, manteve praticamente intacta a sua dimensão a nível de negócio e trabalhadores, e ainda assim conseguiu atingir resultados positivos”.

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