Greve CP: 48% dos comboios suprimidos. Quase 90% das bilheteiras a sul de Pombal encerradas

Agência Lusa , DCT
12 jun 2022, 12:43
Greve da CP (Lusa/Estela Silva)

Para o dia 23 de junho está também agendada uma greve de 24 horas para os trabalhadores ferroviários operacionais, a norte de Pombal

A greve dos trabalhadores da CP – Comboios de Portugal suprimiu 107 comboios, sobretudo urbanos de Lisboa, entre as 00:00 e as 10:00, indicou fonte oficial da empresa à Lusa.

“Das 00:00 às 10:00: 113 comboios realizados, 107 suprimidos (48% de supressões)”, adiantou fonte oficial da CP, em resposta à Lusa.

De acordo com a empresa, entre as supressões contabilizam-se 71 comboios urbanos de Lisboa, 25 regionais e 11 de longo curso.

A greve dos revisores e dos trabalhadores de bilheteiras da CP, a Sul de Pombal, encerrou hoje entre 85% a 90% das bilheteiras, indicou, por sua vez, o dirigente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), Luís Bravo, à Lusa.

Para o dia 23 de junho está também agendada uma greve de 24 horas para os trabalhadores ferroviários operacionais, a norte de Pombal.

A CP já tinha alertado que a circulação de comboios da empresa deverá ter perturbações “significativas nos dias 12, 13 e 16 de junho devido a greve.

Greve encerra entre 85% a 90% das bilheteiras a Sul de Pombal 

A greve dos revisores e dos trabalhadores de bilheteiras da CP, a Sul de Pombal, encerrou entre 85% a 90% das bilheteiras, indicou o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) à Lusa.

Esta greve abrangeu os trabalhadores a Sul de Pombal. Temos ideia de que cerca de 85% a 90% das bilheteiras estão encerradas hoje”, adiantou o dirigente do SFRCI, Luís Bravo, em declarações à Lusa.

A paralisação, que começou a ter efeitos ao final da tarde de sábado, está assim a ter uma “adesão muito vasta” dos trabalhadores da revisão, bilheteiras e chefias diretas, defendeu a estrutura sindical, acrescentando que isto reflete o “descontentamento dos trabalhadores” face ao congelamento dos salários e ao bloqueio à negociação.

Luís Bravo disse ainda que, até ao momento, os trabalhadores não receberam qualquer resposta por parte da CP – Comboios de Portugal, sublinhando que um terço dos trabalhadores da empresa foi esquecido pela Administração e pela tutela.

“A empresa estava em processo de fusão, entre a EMEF [Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário] e a CP. [Os membros] desta Administração são quase todos oriundos da CP (oficinas) o que condicionou muito as negociações em curso, esquecendo os trabalhadores da área comercial e da revisão de comboios”, acrescentou.

Na quinta-feira, Luís Bravo lamentou que o setor ainda não tenha recebido a atualização de 0,9%, aprovada para a função pública, que classificou como “miserável”, representando entre cerca de cinco e nove euros, consoante o escalão.

De acordo com o sindicato, para isso, a Administração da CP “impõe” a subscrição de um novo acordo de empresa, “com piores condições de trabalho”.

“Os trabalhadores dos transportes, afetos aos comboios e às bilheteiras, que começam o seu turno às cinco, seis ou sete da manhã e que se retiram depois da meia-noite, têm que se deslocar em viaturas próprias e, com o aumento dos combustíveis, neste momento, cerca de 20% do seu salário já vai só para se fazerem deslocar para o trabalho”, apontou.

A isto somam-se os turnos de trabalho e as folgas rotativas e um “aumento brutal do custo de vida”, fatores que têm levado até os trabalhadores mais novos a pedir rescisão da empresa.

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