Estudo: menos 45% de risco de internamento hospitalar com variante Ómicron 

23 dez 2021, 03:41

Cientistas do Imperial College compararam o risco de hospitalização com a Delta e a Ómicron e concluíram que a variante mais recente reduz a probabilidade de internamento

Aos poucos, a informação sobre a variante Ómicron vai-se tornando mais consistente. Não há dúvidas de que é, de longe, a mais transmissível desde o aparecimento do SARS-Cov2, mas também há cada vez mais evidências de que apresenta um risco menor para quem é infetado. Esta quarta-feira, cientistas do Imperial College, de Londres, divulgaram os resultados de um estudo para aferir o risco de hospitalização e internamento com a variante Ómicron. Boas notícias: quem seja infetado com a variante descoberta em novembro tem menos probabilidade de precisar de recorrer ao hospital, e ainda menos de ser internado por uma ou mais noites. O que reforça a perceção de que esta estirpe provoca mesmo doença menos grave do que as anteriores variantes dominantes, nomeadamente a Delta.

“No geral, encontrámos evidência de uma redução no risco de hospitalização por Ómicron em relação a infeções pela Delta, fazendo a média de todos os casos no período de análise”, pode ler no estudo - disponível íntegra aqui.

O estudo teve por base os casos confirmados de Ómicron e Delta na primeira quinzena de dezembro no Reino Unido, quando a nova variante ainda não era predominante no país - foram 56 mil casos de Ómicron e 269 mil da Delta.

Os cálculos indicam que a redução do risco de ter de recorrer ao hospital está estimada entre 20% a 25%. Os dados são ainda melhores na comparação do risco de hospitalização: os infetados com a Ómicron têm 40% a 45% menos probabilidades de ser internados. 

Dos estudos já realizados, parece certo que a Ómicron tem muito mais capacidade de reinfetar quem já esteve doente com SARS-Cov2 - porém, os dados agora divulgados pelo Imperial College acrescentam que uma infeção anterior reduz o risco de ter de recorrer a cuidados hospitalares em aproximadamente 50%. E, para quem já tinha sido infetado antes, o risco de internamento hospitalar por um ou mais dias é 61% menor.

Sem surpresa, os dados não são tão favoráveis para quem não está vacinado nem esteve previamente infetado. Para quem não tem quaisquer anticorpos contra o SARS-Cov2, o risco de hospitalização com Ómicron é 11% inferior do que em caso de infeção com a variante Delta. 

Risco de rutura dos serviços de saúde mantém-se

Apesar destas boas notícias, os cientistas responsáveis pelo paper lembram que a quantidade de novos casos, que será muito maior devido à maior transmissibilidade desta variante, não permitirá baixar a guarda.

“A redução [de risco de hospitalização] deve ser contrabalançada com o maior risco de infeção com Ómicron, devido à redução na proteção fornecida tanto pela vacinação quanto pela infeção natural”, alerta o estudo. 

Ou seja, o volume de novas infeções - ainda que com menor risco de hospitalização - é suficiente para temer que os serviços de saúde não tenham capacidade de responder a um enorme aumento da procura, como aquele que se está a verificar no Reino Unido, que esta quarta-feira registou mais de cem mil novos casos, impulsionados pela variante Ómicron, que já é predominante no país.

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