Linhagem BA.5 já é responsável por 80% das infeções (e entretanto chegou a BA.2.35)

Agência Lusa , CF
24 mai 2022, 20:27
Teste de deteção do SARS-CoV-2

As projeções do último relatório do INSA confirmaram-se, mas sem evidências de que a BA.5 provoque uma doença mais grave. O relatório chama ainda a atenção para a mais recente sublinhagem BA.2.35, que tem registado uma tendência crescente

A linhagem BA.5 da variante Ómicron, considerada pelos especialistas mais transmissível do que a BA.2, é já responsável por 80% das infeções registadas em Portugal, estima o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

De acordo com o relatório semanal do INSA sobre a diversidade genética do coronavírus SARS-CoV-2 divulgado esta terça-feira, após ter sido detetada, na semana entre 28 de março e 3 de abril, a linhagem BA.5 tem registado uma frequência “marcadamente crescente” em Portugal, assumindo prevalência dominante que antes era da BA.2.

No relatório anterior, o INSA salientava que a BA.5 apresentava uma tendência de crescimento relativo de 13% por dia e um tempo de duplicação de cerca de seis dias, prevendo que rapidamente chegaria a uma prevalência de cerca de 80%, uma projeção que veio a confirmar-se.

“Os dados obtidos desde então têm tido uma grande sobreposição com a projeção, confirmando que a linhagem BA.5 da variante Ómicron do SARS-CoV-2 atingiu uma frequência relativa de cerca de 80% ao dia 22 de maio”, avança o instituto.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) admitiu que essa linhagem, que tem mutações adicionais com impacto na entrada do vírus nas células humanas e ou na sua capacidade de evadir a resposta imunitária, é mais transmissível do que a BA.2, mas ressalvou que ainda não existem dados que comprovem que provoca covid-19 mais grave.

De acordo com o INSA, recentemente foi detetada uma sublinhagem da BA.2 (BA.2.35), com uma mutação associada à resistência a anticorpos neutralizantes, que tem registado uma frequência com tendência crescente, representando cerca de 3% das sequências analisadas.

Até à data, não foi detetado qualquer caso da BA.4 em Portugal, avança ainda o instituto.

O último relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do INSA sobre a evolução da pandemia, divulgado na sexta-feira, atribui a “incidência muito elevada” de infeções registada no país à redução da adesão a medidas não farmacológicas, ao período de festividades e ao “considerável aumento de circulação de variantes com maior potencial de transmissão”.

No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2 que o INSA está a desenvolver, têm sido analisadas uma média de 523 sequências por semana desde o início de junho de 2021, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 139 concelhos por semana.

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