Levantamento de restrições em Portugal poderá acontecer ainda em fevereiro, diz Filipe Froes

1 fev 2022, 13:03

Sobre os riscos do alívio de medidas, o médico considera que “quando abrirmos, grande parte da população ou está vacinada ou teve a infeção” e, por isso, “não é previsível que tenhamos um aumento dos casos graves graves”

Depois da Dinamarca, a Finlândia vai também suspender restrições contra a covid-19 e Espanha já prepara um alívio das medidas, tal como o Reino Unido. Por cá, a Madeira terminou com a testagem massiva, desativou centros nos aeroportos e acabou com os testes à chegada.

À CNN Portugal, e olhando para o que vai acontecendo noutros países e regiões, Filipe Froes, pneumologista, coordenador do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos para a a covid-19, diz que “o que estamos a assistir na Dinamarca é uma situação de esperança, pela qual tantos lutaram e tantos sacrificaram e é fruto de todas as medidas que foram feitas até agora”.

O que aconteceu na Dinamarca é que deixaram de considerar a pandemia da covid-19 uma doença crítica e estão a evoluir para uma fase mais endémica, mais normal”, explica.

Quanto a Portugal, o especialista diz que o país “está um bocadinho atrasado”, seja em termos de pandemia como também de taxa vacinal de reforço, mas “é previsível” que “evolua também para a mesma situação”.

É possível prever uma data para o levantamento de medidas

Sobre o levantamento das restrições em Portugal, o pneumologista diz que é “possível e previsível” apontar uma data. E é concreto: “provavelmente na segunda quinzena de fevereiro”. “Neste momento, temos cerca de 50% da população com a vacina de reforço, a Dinamarca tem 60%, e precisamos de vacinar e proteger mais cerca de 500 mil pessoas com idade igual ou superior a 50 anos e que ainda possam ter doença grave”, alerta o especialista, mas mantém o otimismo. 

Como temos esta capacidade de vacinação já instalada e que nos vai permitir atingir estes números dentro já de uma a duas semanas, a partir daqui, e com a tomada de posse do novo Governo, será certamente uma das primeiras medidas a ter em consideração”, garante.

O especialista diz que, nos próximos meses, Portugal terá “de ir aliviando estas medidas, sobretudo com mais prudência nas pessoas mais vulneráveis”, que, diz, “provavelmente vão ter mais cuidados sobretudo em situações de maiores aglomerados populacionais”, alertando que, por isso, haverá sempre pessoas que “continuarão a usar máscara”, como pode acontecer em visitas a hospitais ou lares de idosos, em que “a imunidade decai” consideravelmente.

Filipe Froes foi taxativo na hora de defender a importância da vacinação na luta contra a pandemia e na possibilidade de Portugal aliviar medidas em breve e diz mesmo que está na hora de “uniformizar os intervalos para a toma de reforço para três meses para garantir uma maior adesão vacinal e uma maior taxa de cobertura vacinal para estarmos mais preparados, juntamente com os outros países da Europa, para a abertura progressiva do mundo”.

Sobre os riscos do alívio de medidas, Filipe Froes considera que “quando abrirmos, grande parte da população ou está vacinada ou teve a infeção” e, por isso, “não é previsível que tenhamos um aumento dos casos graves graves”.

Se aguentamos os números de casos graves agora, certamente teremos condições para aguentar com eles no futuro”, garante.

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